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Cresce mercado de planos de saúde para pets na PB

publicado: 08/05/2023 00h00, última modificação: 08/05/2023 16h57
Clínicas com pacotes de cuidados aos animais surgem como opção para tutores
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George Lucena e os pets - Foto: Arquivo pessoal.

por Thadeu Rodrigues*

O mercado de produtos e serviços veterinários movimentou a quantia de R$ 5,9 bilhões, no ano passado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). O faturamento do setor de pets alcançou a cifra de R$ 41,9 bilhões, com o crescimento de 17,2% sobre 2021. Em João Pessoa, clínicas veterinárias oferecem serviços de diagnóstico e tratamento dos animais de estimação, e os tutores chegam a gastar milhares de reais para restabelecer a saúde dos bichinhos. Além do tratamento particular, há opção pela contratação de planos de saúde.

O casal George Lucena e Fábio Bezerra escolheu o bulldog francês, Tobias, há seis anos, mas logo descobriu que o pet tinha problemas de alergia bem acima da média. Por conta disso, o “filho” do casal faz uso de medicamento antialérgico que custa de R$ 350 a R$ 400. Um caixa só dura 20 dias.

“Demoramos em torno de um ano para saber o diagnóstico de Tobias. Antes disso, fomos a vários veterinários. Se ele não tomar o medicamento, tem muita coceira”, explica o tutor George Lucena. Ele conta que, apenas no começo deste ano, gastou em torno de R$ 3.500 para tratar da saúde de Tobias, entre consultas, remédios e cirurgia.

“Nas proximidades do Carnaval, ele apresentou uma úlcera no olho. Como ele continuou coçando, houve uma perfuração e ele precisou ser operado. Por conta disso, nós desistimos até de viajar no Carnaval. Tínhamos de ministrar três tipos de colírios a cada seis horas, inclusive de madrugada”, afirma George. Após o procedimento, Tobias passou 30 dias com um colar elizabetano para evitar que ele lambesse o olho.

De acordo com o tutor, normalmente, os serviços realizados por Tobias não seriam cobertos pelos planos de saúde. Contudo, ele pensa em contratar um plano para o pet, quando ele estiver mais velho.

O outro pet do casal é Manu, de um ano e meio de idade. Ela foi adotada em uma ONG de resgate de animais e não tem raça definida. Ao levá-la para fazer os exames iniciais após a adoção, houve o diagnóstico de carrapato e leishmaniose, que, em cães, não tem cura. Desde então, eles investiram mais de R$ 4 mil para melhorar a qualidade de vida de Manu. Atualmente, ela toma vacina a cada 21 dias, a um custo médio de R$ 400.

Empresas prestam serviços nas áreas de prevenção e tratamento

Há cinco anos no mercado de João Pessoa, a clínica Jampa Vet, é uma das primeiras a trabalhar com medicina preventiva, diagnósticos e alimentação natural. De acordo com a proprietária, Vanessa Trevisan, a empresa presta serviços para quatro operadoras de planos de saúde, na cidade: Pet Top Saúde, Planvet Saúde, Amigoo Pet e Pet Love. A última é a mais nova a ingressar no mercado local.

Vanessa Trevisan conta que a clínica ganhou vários clientes com a adesão ao ao plano da Petlove, oferecendo o serviço de microchipagem, que consiste na inserção de um microchip no dorso do animal, com uma numeração. A partir daí, o animal pode ser identificado, bem como seu tutor.

“Quando o animal for ao veterinário, ele passa o leitor de microchip para conferir se o animal atendido é o mesmo do prontuário. É como um RG. Se o animal se perder, quem tiver um leitor, poderá identificá-lo”, enfatiza a empresária. “No caso do Petlove, quem aderiu ao plano, ganhou a microchipagem”, completa.

Entre os serviços de diagnóstico, a clínica oferece os exames bioquímicos, parasitológico, urinários, testes rápidos e avaliação de pele, entre outros. Além das consultas com veterinários especializados em cardiologia, anestesiologia, ortopedia e citopatologia, há bloco cirúrgico no local para realização dos procedimentos necessários.

De acordo com Vanessa Trevisan, a diferença de preços entre o serviço particular e pelo plano de saúde depende da política de cada empresa. Há quem trabalhe com valor similar e com valor bem abaixo. “Normalmente, as clínicas realizam um atendimento diferenciado entre o plano e o particular, mas prezamos pelo mesmo padrão. Para nós, é interessante trabalhar com os planos de saúde porque ampliamos a cartela de clientes”, comenta. 

Valores oscilam

A empresa Petlove disponibiliza o serviço de plano de saúde para cães e gatos com ofertas a partir de R$ 49,90 ao mês. A rede conta com mais de 20 parceiros em João Pessoa, clínica de atendimento 24 horas, cinco clínicas veterinárias que realizam cirurgias, três laboratórios e sete veterinários que atendem em domicílio. Também há o serviço de profissionais especializados em ortopedia, cardiologia, dermatologia e nutrição. O plano ainda dispõe de serviço de teleorientação com médicos veterinários.

A plataforma oferta mais de 15 itens para pets nos segmentos de alimentação, higiene e beleza, acessórios e brinquedos, entre outros, com entrega em todo o estado. A expectativa da empresa é alcançar a cobertura em 100 cidades até o final do ano e uma receita de R$ 650 milhões até 2025. 

Procura crescente

Segundo levantamento da Abinpet, o Brasil conta com mais de 85 milhões de cães e gatos adotados e, destes, apenas 0,2% possuem um plano de saúde. De acordo com a Euromonitor, o mercado internacional de pets registrou um faturamento de US$ 139,2 bilhões, em 2021. Os Estados Unidos da América lideram o consumo, concentrando 44,8% dos valores, seguidos pela China (9%). O Brasil ocupa a sexta posição, com participação de 4,5%.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 7 de maio de 2023.