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Décimo terceiro salário vai injetar R$ 3,7 bi na PB

publicado: 21/11/2024 09h40, última modificação: 21/11/2024 09h40
Especialista dá dicas de como aproveitar melhor o dinheiro em 2025
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Para especialista, toda reestruturação financeira começa com a eliminação de dívidas | Foto: Carlos Rodrigo

O pagamento do 13o salário pode injetar R$ 3,7 bilhões na economia paraibana, segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese). A estimativa é que 1,46 milhões de paraibanos recebam um benefício médio de R$ 2.199,35.

O valor será pago aos trabalhadores do mercado formal, incluindo empregados domésticos com carteira assinada, além de beneficiários da Previdência Social, aposentados e pensionistas da União, estados e municípios. É nesse momento que muitos se perguntam como aproveitar esse valor para cumprir metas no próximo ano.

Para ajudar quem quer começar 2025 financeiramente organizado, o especialista em investimento da Central Sicredi Nordeste, Erli Bandeira, detalha passo a passo cinco estratégias práticas para serem priorizadas com o 13o salário, a depender do volume e do comprometimento de sua renda com outras obrigações.

“Não tem outro jeito. Toda reestruturação financeira deve começar com a eliminação de juros altos de dívidas com o cartão de crédito ou cheque especial. Esse é o primeiro passo para estabilizar as finanças”, aconselhou Erli. A portabilidade da dívida para outras instituições financeiras com taxas mais baixas estão facilitadas.

De acordo com o especialista, o consumidor deve usar o décimo terceiro para reduzir ou quitar as dívidas, focando primeiro nas de maior custo. “Se houver saldo positivo, considere linhas de crédito mais acessíveis para facilitar a quitação. Com uma análise de crédito personalizada, é possível reduzir juros e aliviar o orçamento mensal em 2025, abrindo espaço para outras metas financeiras”, explicou.

O consultor disse, também, que depois de reestruturar as dívidas é preciso ter uma reserva para imprevistos e garantir uma segurança financeira que evite novos endividamentos em situações emergenciais. “Recomenda-se uma reserva que cubra três meses de despesas fixas, mas esse número pode ser maior a depender da sua estabilidade profissional e da sua fonte principal de renda”, recomendou.

“O décimo terceiro pode dar o impulso inicial para começar ou fortalecer essa poupança. Aplicações de fácil acesso, como contas remuneradas, RDCs com liquidez diária ou fundos de alta liquidez, são ideais, pois permitem acesso rápido ao dinheiro e, ao mesmo tempo, protegem o poder de compra, mantendo o associado protegido”, garantiu o especialista.

Segundo Erli, com as dívidas sanadas e um “colchão financeiro” para as contingências, é preciso pensar na aplicação em produtos previdenciários ou fundos com foco em médio e longo prazo. Isso ajuda a sustentar metas futuras. A formação de um patrimônio ou mesmo a geração de um fundo para a educação dos filhos pode ter o décimo terceiro como um primeiro passo.

“Os produtos voltados para o longo prazo aproveitam os juros compostos para expandir o patrimônio de forma sustentável. Escolher investimentos com perfil de risco alinhado ao seu horizonte financeiro e objetivos aumentam as chances de crescimento consistente e viabiliza para que o associado possa atingir seus sonhos”, diz Bandeira.

 Qualificação profissional

Melhorar a formação e as habilidades profissionais é uma forma de investimento que se reflete na geração de renda ao longo da carreira, segundo o especialista. Destinar o décimo terceiro para cursos de capacitação ou especialização oferece retorno direto em competitividade e, em muitos casos, permite promoções e aumentos salariais.

“Com financiamentos educacionais ou descontos específicos oferecidos por instituições cooperativas de crédito, como o Sicredi, você pode viabilizar esse plano com condições atrativas, fazendo um investimento que se paga ao longo do tempo e amplia suas oportunidades no mercado”, garantiu.

 Curto prazo

Para o caso de objetivos mais curtos, como uma viagem, reforma ou compra de um veículo, investir de maneira programada pode ser mais eficiente. Aplicar o décimo terceiro em um plano de investimento ou consórcio programado, com aportes mensais automáticos, facilita o controle e mantém a disciplina.

“Esse método de investimento escalonado também dilui os riscos do mercado e garante que o valor total seja alcançado sem grandes sacrifícios, ao mesmo tempo em que favorece a criação de um hábito de investimento. Tenha  um planejamento financeiro. Direção é melhor que velocidade”, orientou o especialista em investimento da Sicredi Nordeste.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 21 de novembro de 2024.