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contas em atraso

Empresas ainda enfrentam reflexos da Covid e inflação

publicado: 12/09/2023 09h08, última modificação: 12/09/2023 09h08
Pequenos negócios e MEIs representam 84,7% dos devedores no estado
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Empresários continuam sentindo impactos da pandemia de Covid-19 e da alta inflação no país - Foto: Marcos Russo/Arquivo

por Thadeu Rodrigues*

A situação das empresas na Paraíba evidencia que ainda é preciso superar os impactos da pandemia de Covid-19 e da alta inflação que persiste no país, mantendo os juros altos. Segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas, o número de estabelecimentos inadimplentes subiu 7,14% no período de um ano no estado, no comparativo de junho deste ano, quando havia 68.830 empreendimentos nesta situação, com o mesmo mês de 2022 (64.245).

Os microempreendedores individuais (MEIs) e as micro e pequenas empresas (MPE) representam 84,7% dos devedores. Há 58.299 negócios nesta situação. Em um ano, o número de empreendimentos na lista de inadimplência cresceu 6%.

O montante das dívidas em atraso é de aproximadamente R$ 1 bilhão, na Paraíba. O último dado do indicador da Serasa é de fevereiro, na quantia de R$ 996,9 milhões, o que corresponde a um crescimento de 17% sobre o mesmo mês de 2022. Conforme a Serasa Experian, há 427 mil dívidas negativadas, com uma média de 6,2 por cada CNPJ.

Com relação aos valores dos débitos em atraso, a média por empresa é de R$ 15.529, o que representa um aumento de 14,15% sobre a média de junho do ano passado. Já o ticket médio por cada débito negativado é de R$ 2.503.

Fluxo de caixa

O analista técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas na Paraíba (Sebrae-PB), Antônio Felinto, comenta que os dados da Serasa mostram que muitas empresas ainda não se recuperaram dos efeitos da pandemia de Covid-19. “Os débitos em atraso decorrem da situação econômica dos últimos anos. Possivelmente, houve redução nas vendas de determinados produtos e serviços, o que acarretou em problemas de fluxo de caixa”.

Antônio Felinto destaca que a inflação dos últimos anos é um fator de impacto à gestão das empresas, sobretudo, as micro e pequenas. “Houve uma elevação grande de preços de produtos alimentícios e de higiene. Desta forma, há uma redução de demanda por esses produtos, prejudicando quem trabalha com os segmentos”.

Para a saída da situação de inadimplência, o analista técnico recomenda a renegociação das dívidas com os credores. “Quem está inadimplente pode ter dificuldade em contratar empréstimos, então, é mais indicado renegociar com os credores, parcelando em valores possíveis de ser pagos ou sem a incidência de juros, por exemplo. Para isto, é preciso estabelecer um plano e trabalhar para melhorar o fluxo de caixa. Ao mesmo tempo, é preciso traçar estratégias de atrair mais clientes a ampliar o faturamento”.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 12 de setembro de 2023.