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Energia solar proporciona economia para negócios

publicado: 24/02/2025 14h29, última modificação: 24/02/2025 14h29
Modelos de compartilhamento tornam a opção viável também para residências
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Paraíba possui 126 usinas fotovoltaicas em funcionamento, que podem gerar quase 5 GW | Foto: Divulgação/Coopsolar - Foto:

por Bárbara Wanderley*

O estado da Paraíba acaba de registrar mais de 449 MegaWatts (MW) de potência instalada na geração própria solar, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A Paraíba possui mais de 36 mil conexões operacionais de energia solar em telhados e pequenos terrenos, espalhadas por todos os municípios do estado.

Atualmente são mais de 64 mil consumidores de energia elétrica que já contam com redução na conta de luz, maior autonomia e confiabilidade elétrica. Desde 2012, a modalidade já proporcionou à Paraíba a atração de R$ 2,2 bilhões em investimentos, geração de mais de 13,4 mil empregos e a arrecadação de R$ 600 milhões aos cofres públicos.

O empresário Sérgio Junqueira, proprietário do bar e restaurante Bessa Brasil, em João Pessoa, começou a usar a energia fotovoltaica em seu estabelecimento há oito meses e avalia que, com isso, tem uma economia de cerca de 80% na conta. “Mesmo com os impostos que temos que pagar ainda vale muito a pena”, comentou. Ele acredita que em cerca de três anos já é possível compensar o investimento inicial no sistema.

Já a empreendedora Gerlane Pinho contou que há dez meses está usando energia solar em sua soparia, a Calditos, em João Pessoa. A conta, que antes ficava em torno de R$ 900, baixou para R$ 145, e ela acredita que já conseguirá recuperar o investimento realizado em cerca de dois anos. “Vale muito a pena. Com a economia fiz outros benefícios para o nosso negócio e para o nosso conforto”, afirmou.

Em casa

O fotógrafo Ortilo Antônio, que há três anos contratou a instalação de um projeto que contempla a casa dele e os apartamentos das duas filhas, em João Pessoa. O sistema, que custou R$ 54 mil, o equivalente a R$ 18 mil por residência atendida, foi projetado para gerar 1.350 kW por mês, mas com a alta incidência de sol acaba gerando ainda mais, conforme explicou o fotógrafo. “Tem mês que gera 1.750 kW. E a gente não chega a usar isso tudo”, contou.

Satisfeito com sua escolha, ele contou que antes de instalar as placas pagava entre R$ 300 e R$ 400 de conta de energia, só em sua casa, e não tinha ar-condicionado. “Só coloquei ar-condicionado em casa depois da energia solar”.

Atualmente, ele afirmou que paga cerca de R$ 60 por mês relativos ao serviço de distribuição da Energisa e ao Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é direcionado ao Governo do Estado.

Com o projeto, Ortilo Antônio conseguiu beneficiar também as duas filhas, que moram em apartamentos e não teriam espaço para instalar as placas solares, que ficam no telhado na casa dele.

Uma opção para quem vive em apartamentos e se interessa pelo uso da energia fotovoltaica são as cooperativas. Em João Pessoa, a Coopsolar é pioneira nesse ramo. O diretor presidente da Coopsolar, Eduardo Braz, explicou que existem três formas de utilizar a energia gerada por radiação solar: a geração na própria unidade consumidora, a geração em outra propriedade da mesma pessoa, e a geração compartilhada, que é utilizada na cooperativa.

Nesse caso, um grupo de cooperados se une para investir na construção de uma usina de energia solar e passa então a ter direito a uma parte da energia gerada por ela. “Vamos supor que eu precise de 10% da energia que a usina é capaz de gerar. Então eu vou assumir as despesas equivalentes a 10% da operação”, exemplificou Eduardo Braz.

De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica, a Paraíba possui 126 usinas de energia fotovoltaica em funcionamento, outorgadas para gerar quase 5 GW de energia elétrica. A Coopsolar, que é sediada em João Pessoa, possui quatro usinas em funcionamento, localizadas em Praia Bela, Lucena, Conde e Boqueirão.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 22 de fevereiro de 2025.