O calor constante, deste que é considerado o verão mais quente da história, tem impulsionado as vendas de ventiladores e de ares-condicionados em João Pessoa. Poderia ser uma boa notícia para os comerciantes, não fosse pelo fato de que estão começando a faltar produtos. “Às vezes a gente chega a vender 80, 100 ventiladores por dia”, afirmou o gerente do Armazém Paraíba, David Oliveira. Segundo ele, a procura pelos produtos este ano está de 15% a 20% maior do que no verão passado. “Chegou a faltar alguns modelos de ventilador, mas já estamos repondo. Ar-condicionado acabou essa semana”, disse.
Já o gerente do Magazine Luiza, José Jackson, afirmou que a procura por esse tipo de aparelho aumentou em mais de 40% em relação ao verão passado. “O mercado está mais que aquecido. Tanto que chega a faltar o produto”, contou. Na loja visitada pela reportagem, na Lagoa do Parque Solon de Lucena, já não havia mais ar-condicionado em estoque. “Só tenho para entrega. Ventiladores ainda tenho alguns poucos”, atestou o gerente.
Para o gerente do Atacadão dos Eletros, Divanilton Victor, a situação acaba não sendo tão boa, porque embora os clientes apareçam diariamente em busca dos produtos, muitas vezes a venda não chega a ser concluída pela falta dos itens. Ele contou que a loja já está há um mês sem estoque de ar-condicionado e, no momento da visita da reportagem, só contava com dois modelos de ventilador. “A demanda está sendo maior do que a capacidade dos fornecedores. A gente pede, mas eles também não têm e, quando têm, dão preferência às lojas maiores, grandes redes”, comentou.
O gerente da loja Império Eletro, Rubens Silva, afirmou que esse verão foi o momento que a loja vendeu mais aparelhos de ar-condicionado e que tem sido difícil conseguir o item com os fornecedores. “Está faltando. É raro ter em loja e, muitas vezes, quem tem está vendendo mais caro”, disse. Já os ventiladores são encontrados com mais facilidade, mas acabam rápido. “Só hoje, com umas duas horas de loja aberta, a gente já vendeu mais de 15. Recebi 50 agora há pouco. Daqui pra amanhã acaba”.
Preços
Rubens Silva observou que os clientes nem têm pechinchado mais na hora de comprar. “Têm casos em que é possível dar um desconto, mas geralmente o cliente nem pede, chega e já quer levar logo. Parece que o preço não é mais prioridade, eles só querem o produto”.
O mesmo comportamento foi observado por José Jackson. “Tenho notado que não tem mais pesquisa de preço. Como o cliente não encontra o produto com facilidade, poucas lojas têm, quando ele encontra já quer comprar”.
Divanilton Victor destacou que os preços de ar-condicionado aumentaram em cerca de R$ 1 mil no último ano e, ainda assim, a procura continua muito alta, reforçando a teoria de que não importa o preço, é preciso amenizar o calor.
A reportagem do Jornal A União encontrou ventiladores custando a partir de R$ 179 (50 cm) no Armazém Paraíba. O modelo de 30 cm, que custaria R$ 119, estava em falta. Na Império Eletro havia ventiladores por R$ 209. É importante lembrar que, além do tamanho, os preços variam de acordo com a marca do produto. Já os ares-condicionados variam entre R$ 2.199 a R$ 3 mil, o modelo de 9 mil BTU.
Na internet é possível encontrar preços melhores, a partir de R$ 1.900 para ar-condicionado e R$ 100 para ventilador de 30 cm. Em alguns casos, porém, esse valor aumenta, devido à taxa de frete, e é preciso aguardar vários dias pela entrega.
*Coluna publicada originalmente na edição impressa de 08 de março de 2024.