A Feira Móvel de João Pessoa começou, ontem, com a exposição e comercialização de diversos produtos feitos por artesãos e artesãs da cidade e de municípios vizinhos. Um dos lugares que está recebendo a feira, neste mês de setembro, é o Parque Solon de Lucena, um dos principais cartões postais da cidade. Na Lagoa, a feira continua hoje e vai até amanhã, das 9h às 16h.
Promovida pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Controle Urbano (Sedurb), a feira tem grande variedade de produtos, como roupas, utensílios de decoração, plantas e alimentos.
Uma das vendedoras e artesãs da feira é Marluce Machado, especialista no chamado amigurumi, técnica japonesa que produz pequenos bonecos tridimensionais feitos de crochê ou tricô, recheados com enchimento. Ela fala da importância do artesanato na sua vida e como aproveita as feiras para comercializar e mostrar a sua arte.
“Sempre participo de feiras como essa, que está sempre em vários lugares na cidade. Eu gosto demais de fazer esse trabalho, quando estou em casa é o que mais gosto de fazer. Esse meu produto é para o público infantil. Às vezes, passo um dia todo fazendo um personagem desses ou uma roupa. Eu não paro. Eu fico realizada fazendo os bonequinhos e pensando na criança que vai ficar bem feliz com a peça”, comentou a artesã.
Solidariedade
A Feira Móvel de João Pessoa acaba sendo também um espaço em que se exercita a solidariedade. Uma das vendedoras no Parque Solon de Lucena é a assistente social Leandra Dias, que faz parte do Poderosas em Ação, projeto social que ajuda no tratamento de pessoas com câncer. Os recursos oriundos das roupas são revertidos para o projeto.
“Um dos nossos projetos é o Brechó das Poderosas. Vendemos a um preço bastante acessível para o público. Toda a renda arrecadada vai para ajudar os pacientes em tratamento. Para exames, medicamento, alimentação, tudo que precisarem. Somos muito gratos pela oportunidade da feira pública”, afirmou.
Consumo
Quem passa na feira aproveita para dar uma olhada e encontrar produtos com preços mais em conta. Além de aproveitar o espaço para fazer com a que a cadeia econômica de um mesmo negócio vá ganhando mais corpo. Gilma Vel, por exemplo, começou a sua manhã na cidade passando na feira para ver algumas roupas. Dona de um brechó, ela encontrou itens para revender.
“Eu aproveito as feiras para ver peças baratas e maravilhosas. Eu estava passeando e não posso ver uma tenda, que eu já venho. Eu tenho 22 anos de brechó e gosto de acompanhar. Venho cedo para pegar as melhores peças”, contou.
A Feira Móvel de João Pessoa também oferece opções de alimentação. A cozinheira Cristina Marangoni, aos 64 anos, é uma das vendedoras de doce, brownie e biscoitos decorados. Natural do Espírito Santo, ela mora na cidade há cerca de um ano e colocou para jogo seus dotes e experiência na cozinha de restaurantes no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.
“É a primeira vez que eu participo de uma feira pública e estou muito feliz de ter conseguido. É uma oportunidade nova e diferente, uma valorização muito grande. Tem uma arte muito grande no biscoito decorado, por exemplo, e eu espero que consiga vender tudo para chegar em casa e fazer mais”, afirmou.
A Feira Móvel de João Pessoa reúne empreendedores, artesões e pequenos produtores, na busca de fomentar o comércio local e valorizar culturalmente as produções artísticas. Em setembro, terá programação ainda em bairros como Bancários, Brisamar, Altiplano e Tambaú.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 4 de setembro de 2025.