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Espaços Criativos

Feiras itinerantes ajudam a divulgar pequenos negócios

publicado: 13/11/2023 10h43, última modificação: 13/11/2023 10h43
Empreendedores aproveitam locais para mostrar produtos e atrair clientes
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Irmãs Simone e Mariene Cintra usam a estrutura das feiras para expôr peças da “No di Manas” - Foto: Arquivo pessoal

por Michelle Farias*

Pequenas feiras colaborativas que estimulam a economia criativa são instrumentos com potencial de garantir aumento nas vendas de pequenos empreendedores na Paraíba. Quem ainda não consegue investir em uma loja física, pode encontrar nas feiras itinerantes a oportunidade de manter contato direto com o consumidor e prospectar novos clientes. Os espaços coletivos possibilitam ainda a comunicação com outros empreendedores, além da valorização de marcas autorais.

A empresária Jerlane Gois e a companheira, Fernanda Gois, idealizaram a “Jampa Flor” durante a pandemia, após ficarem desempregadas. Inicialmente elas vendiam plantas e posteriormente passaram a comercializar on-line vasos em cerâmica pintados à mão. As feiras itinerantes serviram como “termômetro” para o negócio. Os produtos foram comercializados, por exemplo, em Salões de Artesanato da Paraíba, Espaço Cultural José Lins do Rêgo, Natal dos Sentimentos, Home Center Ferreira Costa e Feira das Pulgas, no bairro do Bessa.

“A feiras foram essenciais para a gente, porque nesses locais a gente começou a perceber qual produto saía mais, o que agradava mais o cliente, o tamanho preferido de vaso, o desenho. As feiras foram muito importantes para a gente ter esse impacto e ter a segurança de que precisaríamos ir para uma loja, porque os clientes cobravam muito um lugar fixo para chegar e comprar o vaso já pronto, porque não tinha feira todo dia”, explicou Jerlane.

A “No di Manas” é uma empresa de moda autoral formada pelas irmãs Simone e Mariene Cintra. Juntas elas produzem acessórios femininos e masculinos que têm como base o macramê. Sem loja física, as vendas são feitas principalmente através das redes sociais, mas as empresárias sempre participam das edições do Mercado Capim Fashion (MCF). A marca é um exemplo de empreendedorismo inclusivo, já que a Maroca, apelido da Mariene, é uma pessoa com deficiência.

“A Capim Fashion a gente faz desde quando retomou, porque é uma feira que tem estrutura para eu ir com a Maroca, mas quando eu não vou, nós somos representadas por parceiros que levam as nossas peças”, explicou Simone.

Outros 44 expositores também devem participar do evento, que acontece nos dias 8 e 9 de novembro. O Mercado Capim Fashion é uma feira bimestral, que traz o talento de designers, artesãos e criadores locais e independentes, selecionados a partir de uma criteriosa curadoria.

Custos variam entre R$ 10 e R$ 600

Para participar das feiras os empreendedores normalmente pagam taxas que podem variar de R$ 10 a R$ 600. Nos eventos vinculados ao Governo do Estado ou Prefeituras, a participação normalmente é gratuita. Em João Pessoa, a “Feira das Pulgas” acontece sempre no Parque Parahyba, no bairro do Bessa e para expor os empreendedores precisam pagar uma taxa social. A próxima edição será a de Natal, nos dias 9 e 10 de dezembro e reunirá cerca de cinco mil itens entre, vestuário, artesanato, brechó e antiguidades oferecidos por mais de 300 microempreendedores.

O idealizador da Feira, Dema Macêdo, explicou que são realizadas até três edições por ano. A seleção dos expositores é feita por uma curadoria, que para esta 10a edição avaliou as inscrições de mais de 500 expositores. Segundo ele, a “Feira das Pulgas” busca o sucesso nas vendas do empreendedor. O resultado disso pode ser exemplificado pela última edição da feira, ocorrida no mês de setembro, quando houve mais de R$ 500 mil em vendas.

“É uma das feiras mais antigas do mundo, com origem na França e que tem fomentado a economia local. É uma feira que agrega e nós buscamos sempre renovar os expositores, fazendo um rodízio para dar oportunidade a novos expositores. Temos também um viés social, com espaço para ongs (Organizações Não Governamentais), associações”, afirmou Dema Macêdo.

Mais visibilidade e novas parcerias

O “Salão de Artesanato da Paraíba” se consolidou como uma das maiores feiras do segmento, que oportuniza aos empreendedores a divulgação dos seus produtos e boas vendas. São realizadas duas edições por ano, uma em João Pessoa e outra em Campina Grande. A 37a edição acontecerá no estacionamento do Hotel Tambaú, de 12 de janeiro a 4 de fevereiro de 2024, com homenagem ao artesanato dos Quilombos da Paraíba que possuem uma produção artesanal rica e diversificada.

A edição anterior, em Campina Grande, foi encerrada com um volume de R$ 2,1 milhões em vendas. Os artesãos são selecionados gratuitamente por meio de edital. Para se inscrever, o artesão precisa apenas ser residente na Paraíba e ter a Carteira Nacional do Artesão válida. Já o trabalhador manual e o produtor de gastronomia, além de também residir no estado, devem apresentar o CNPJ da microempresa ou da associação da qual participa.

A gestora de Turismo e Economia Criativa do Sebrae Paraíba, Regina Amorim, ressaltou que as feiras garantem maior visibilidade aos empreendedores e proporcionam aos consumidores conhecerem os produtos. Ela afirmou ainda que o Sebrae tem estimulado o acesso a mercados através das feiras setoriais. Exemplo disso é que recentemente 25 empresários da produção associada ao turismo (artesanato, alimentos e bebidas artesanais) participaram da 12a BTM – BrazilTravel Market, em Fortaleza, no estado do Ceará.

“Todos fizeram bons negócios. Participar das Feiras de Negócios é uma das melhores vitrines para os empreendedores promoverem e comercializarem seus produtos e serviços, se avaliarem no cenário dos negócios, terem novas ideias, fazerem novas parcerias, atualizarem conhecimentos”, avaliou Regina Amorim.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 12 de novembro de 2023.