O aumento nos preços do tomate, feijão carioquinha e arroz agulhinha puxou a alta de 3,22% no valor da cesta básica em João Pessoa no mês de janeiro, em comparação com dezembro do ano passado. Apesar disso, a cidade tem o terceiro menor preço, R$ 559,77, conforme a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Para driblar os aumentos, os consumidores apostam nas pesquisas.
“Há muita variação de um mercado para o outro. Mesmo que leve mais tempo, eu sempre prefiro pesquisar para encontrar o melhor preço. O tomate, por exemplo, eu encontrei por R$ 6 em um supermercado e por R$ 4,99 em outro. Eu sempre procuro a qualidade do produto aliado ao melhor preço”, afirmou a dona de casa Neide Nogueira.
O casal Solange Mendes e Luiz Alves faz a feira de casa mensalmente e reclamou dos preços de produtos como o arroz e o feijão. “Está tudo mais caro, mas a gente precisa comprar, não tem muito opção. Fazemos um esforço e até o momento a gente não precisou trocar as marcas que costumamos comprar normalmente para conseguir economizar”, disse Solange.
Segundo o Dieese, entre dezembro e janeiro deste ano, nove produtos que compõem a cesta básica tiveram alta nos preços médios em João Pessoa: tomate (16,11%), feijão carioquinha (12,31%), arroz agulhinha (9,61%), óleo de soja (6,40%), banana (4,80%), café em pó (0,80%), açúcar refinado (0,47%), carne bovina de primeira (0,46%) e manteiga (0,20%). Apresentaram queda de preço o leite integral (-0,79%) e pão francês (-0,62%). A farinha foi o único produto que teve variação nula.
O acumulado dos últimos 12 meses mostra redução de 6,71% no preço da cesta básica, com registro de elevações em seis dos 12 produtos da cesta: arroz agulhinha (27,30%), farinha (9,92%), manteiga (3,54%), açúcar refinado (3,15%), pão (3,17%) e banana (1,28%). Outros seis bens acumularam reduções: tomate (-33,87%), óleo de soja (-24,52%), feijão carioquinha (-16,01%), café em pó (-6,89%), leite integral (-6,12%) e carne bovina de primeira (-5,30%).
A pesquisa mostrou ainda que o trabalhador de João Pessoa, remunerado pelo salário-mínimo de R$ 1.412,00, precisou trabalhar 87 horas e 13 minutos para adquirir a cesta básica. Em 2023, quando o salário-mínimo era de R$ 1.320,00,o tempo de trabalho necessário em dezembro foi de 90 horas e 23 minutos, e, em janeiro, de 101 horas e 23 minutos.
Cenário nacional
No primeiro mês deste ano, o custo da cesta básica aumentou em 16 das 17 capitais onde a pesquisa do Dieese é realizada. A única redução ocorreu em Fortaleza (-1,91%), enquanto as elevações mais importantes foram registradas em Belo Horizonte (10,43%), Rio de Janeiro (7,20%), Brasília (6,27%) e Goiânia (6,18%).
Florianópolis foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 800,31), seguida por São Paulo (R$ 793,39), Rio de Janeiro (R$ 791,77) e Porto Alegre (R$ 791,16). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 528,48), Recife (R$ 550,51) e João Pessoa (R$ 559,77).
A comparação dos valores da cesta, entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, mostrou que nove capitais tiveram alta de preço, com destaque para as variações das cidades do Sul: Florianópolis (5,21%), Curitiba (4,47%) e Porto Alegre (4,47%). Outras oito apresentaram taxas negativas que oscilaram entre -9,47%, em Recife, e -0,26%, em Salvador.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 08 de fevereiro de 2024.