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Inflação de alimentos eleva custo da cesta básica em João Pessoa

publicado: 08/02/2024 09h09, última modificação: 08/02/2024 09h09
Preço médio de R$ 559 ainda é o terceiro menor entre as cidades pesquisadas
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Compra de alimentos ainda pesa no bolso do consumidor e pressiona despesas domésticas - Foto: Roberto Guedes

por Michelle Farias*

O aumento nos preços do tomate, feijão carioquinha e arroz agulhinha puxou a alta de 3,22% no valor da cesta bá­sica em João Pessoa no mês de janeiro, em comparação com dezembro do ano pas­sado. Apesar disso, a cidade tem o terceiro menor preço, R$ 559,77, conforme a Pes­quisa Nacional da Cesta Bá­sica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departa­mento Intersindical de Esta­tística e Estudos Socioeconô­micos (Dieese). Para driblar os aumentos, os consumidores apostam nas pesquisas.

“Há muita variação de um mercado para o outro. Mes­mo que leve mais tempo, eu sempre prefiro pesquisar para encontrar o melhor preço. O tomate, por exemplo, eu en­contrei por R$ 6 em um su­permercado e por R$ 4,99 em outro. Eu sempre procuro a qualidade do produto aliado ao melhor preço”, afirmou a dona de casa Neide Nogueira.

O casal Solange Mendes e Luiz Alves faz a feira de casa mensalmente e reclamou dos preços de produtos como o ar­roz e o feijão. “Está tudo mais caro, mas a gente precisa com­prar, não tem muito opção. Fa­zemos um esforço e até o mo­mento a gente não precisou trocar as marcas que costu­mamos comprar normalmen­te para conseguir economi­zar”, disse Solange.

Segundo o Dieese, entre dezembro e janeiro deste ano, nove produtos que compõem a cesta básica tiveram alta nos preços médios em João Pes­soa: tomate (16,11%), feijão ca­rioquinha (12,31%), arroz agu­lhinha (9,61%), óleo de soja (6,40%), banana (4,80%), café em pó (0,80%), açúcar refina­do (0,47%), carne bovina de primeira (0,46%) e manteiga (0,20%). Apresentaram que­da de preço o leite integral (-0,79%) e pão francês (-0,62%). A farinha foi o único produto que teve variação nula.

O acumulado dos últimos 12 meses mostra redução de 6,71% no preço da cesta básica, com registro de elevações em seis dos 12 produtos da cesta: arroz agulhinha (27,30%), fari­nha (9,92%), manteiga (3,54%), açúcar refinado (3,15%), pão (3,17%) e banana (1,28%). Ou­tros seis bens acumularam re­duções: tomate (-33,87%), óleo de soja (-24,52%), feijão cario­quinha (-16,01%), café em pó (-6,89%), leite integral (-6,12%) e carne bovina de primeira (-5,30%).

A pesquisa mostrou ainda que o trabalhador de João Pes­soa, remunerado pelo salário-mínimo de R$ 1.412,00, pre­cisou trabalhar 87 horas e 13 minutos para adquirir a cesta básica. Em 2023, quando o salá­rio-mínimo era de R$ 1.320,00,o tempo de trabalho necessá­rio em dezembro foi de 90 ho­ras e 23 minutos, e, em janeiro, de 101 horas e 23 minutos.

Cenário nacional

No primeiro mês deste ano, o custo da cesta básica aumen­tou em 16 das 17 capitais onde a pesquisa do Dieese é realiza­da. A única redução ocorreu em Fortaleza (-1,91%), enquan­to as elevações mais importan­tes foram registradas em Belo Horizonte (10,43%), Rio de Ja­neiro (7,20%), Brasília (6,27%) e Goiânia (6,18%).

Florianópolis foi a capital onde o conjunto dos alimen­tos básicos apresentou o maior custo (R$ 800,31), seguida por São Paulo (R$ 793,39), Rio de Janeiro (R$ 791,77) e Porto Ale­gre (R$ 791,16). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a com­posição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 528,48), Recife (R$ 550,51) e João Pessoa (R$ 559,77).

A comparação dos valo­res da cesta, entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, mos­trou que nove capitais tiveram alta de preço, com destaque para as variações das cidades do Sul: Florianópolis (5,21%), Curitiba (4,47%) e Porto Alegre (4,47%). Outras oito apresenta­ram taxas negativas que osci­laram entre -9,47%, em Recife, e -0,26%, em Salvador.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 08 de fevereiro de 2024.