Notícias

R$20 bilhões

João Pessoa responde por quase 30% do PIB do estado

publicado: 07/08/2023 09h04, última modificação: 07/08/2023 09h12
Cidade celebra 438 anos, hoje, com perspectiva de crescimento econômico
Movimento no comercio_F. Evandro (1).JPG

Setores de comércio e serviços impulsionam a geração de empregos e a circulação de dinheiro - Foto: Evandro Pereira

por Thadeu Rodrigues*

O Produto Interno Bruto (PIB) de João Pessoa corresponde a 29,5% da geração de riquezas da Paraíba, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados de 2020 (R$ 20,7 bilhões). A capital paraibana completa 438 anos, hoje, ocupando a 21a posição no ranking do PIB entre as capitais, mas com expectativa de crescimento, com incremento do setor de serviços, sobretudo, os turísticos, considerando a capacitação da mão de obra e os investimentos.

O economista João Bosco indica que a capital é a cidade que concentra a atividade econômica do estado. Segundo ele, o setor de serviços é o motor da produção de riquezas local, juntamente com o comércio, o que favorece a geração de empregos e a arrecadação de tributos.

Em 2020, o setor de serviços contribuiu com R$ 10,6 bilhões para o PIB de João Pessoa, o que corresponde ao índice de 51,1% do PIB da capital paraibana. O segmento da administração pública teve a segunda maior participação (19,5%), seguido pela indústria (16,2%) e pela agropecuária (0,2%). O valor dos tributos correspondeu a 13% do PIB.

João Bosco projeta um crescimento do PIB da cidade a partir do turismo, o que é um fator para a atração de novos moradores e, consequentemente, de investimentos. “João Pessoa é uma vitrine para o país. É uma terra com sol o ano quase todo. Há investimentos do setor público em saúde, educação e segurança. Muitas pessoas enxergam isso para si e para suas famílias e são atraídas pela qualidade de vida”.

O economista ainda aponta haver um terreno fértil para inovação em tecnologia, com o surgimento de startups, e em questões socioambientais, além do apoio ao empreendedorismo. Conforme ele, há uma ligação entre as universidades, a Prefeitura e o Governo do Estado no incentivo ao desenvolvimento local.

A expectativa para o crescimento econômico no segundo semestre é grande. “A redução dataxa Selic em 0,5% vai incentivar o aumento do consumo, o que gera mais produção e mais contratações. Esperamos a vinda de muitos turistas no final do ano e da movimentação de toda a cadeia da atividade”.

Mais de 22 mil empresas

O Cadastro Central de Empresas (Cempre) aponta que, em 2021, João Pessoa tinha 22.240 empresas e outras organizações. O número, que foi o maior desde 2007, indica um crescimento de 55,6% em relação ao ano de 2007 (14,2 mil). Aproximadamente um terço das iniciativas (27,9%) fazia parte do setor de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas. O ramo de atividades administrativas e serviços complementares tinha a segunda maior participação (14,6%), seguido pelo de construção (11,6%).

Para João Bosco, os números evidenciam a importância da Lei da Micro e Pequena Empresa e do Microempreendedor Individual, criadas no período comparativo. Ele opina que o número deve seguir crescendo a partir da compreensão dos empreendedores informais das vantagens com a formalização, a exemplo dos benefícios previdenciários e das prioridades em licitações do poder público.

Além disso, ele destaca a redução da burocracia na abertura de empresas, na cidade, com mais rapidez e clareza, o que é resultado do trabalho da gestão municipal, em alinhamento à Lei da Liberdade Econômica.

Conforme o IBGE, a população empregada nas empresas abertas de 2007 a 2021 cresceu 27,8%. A quantidade passou de 222 mil, em 2007, para 283,6 mil, em 2021. O ponto mais alto foi em 2014, quando havia 301.156 pessoas ocupadas.

Em 2021, 30,4% dos trabalhadores desempenhavam atividades da administração pública, defesa e seguridade social, na capital. O segundo lugar ficou com comércio e reparação de veículos (13,7%).

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 5 de agosto de 2023.