Em 2024, o total de pessoas ocupadas estimado para a Paraíba atingiu 1,65 milhão de pessoas, a quarta alta consecutiva e o maior patamar atingido desde o início da série histórica. Comparando com 2023 (1,55 milhão), alta de 6,5% (101 mil), crescimento que contribuiu para que o nível de ocupação estadual também apresentasse recuperação nos últimos quatro anos, passando de 40,2%, em 2020, para 41,5%, em 2021; 45%, em 2022; 47,7% em 2023; e alcançando o patamar de 50%, em 2024. As informações são da “Síntese de Indicadores Sociais 2025: uma análise das condições de vida da população brasileira”, divulgada, ontem, pelo IBGE.
Nesta edição, os temas estão organizados em três eixos fundamentais e complementares: mercado de trabalho; padrão de vida e distribuição de rendimentos; e Educação. Para tanto, foram utilizadas distintas bases de dados para a obtenção das principais informações de referência do presente estudo, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e as Projeções da População do Brasil e das Unidades da Federação — Revisão 2024. Como fonte externa ao Instituto, foi utilizado o Censo Escolar da Educação Básica, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Apesar dos quatro aumentos consecutivos, o nível de ocupação no estado, em 2024, ainda estava abaixo dos patamares verificados nos anos pertencentes à primeira metade da década passada, tendo o ápice da série histórica sido registrado em 2014 (53,1%). Além disso, o indicador estadual de 2024 foi o sétimo menor do país, sendo inferior aos verificados tanto para o Brasil (58,6%) quanto para o Nordeste (50,1%). Ressalta-se que esse índice é calculado com base no número de pessoas ocupadas em relação ao total daquelas que estão em idade de trabalhar (14 anos ou mais), indicando o grau de utilização da força de trabalho em determinado território.
O estudo mostra ainda que, em 2024, a população desocupada foi estimada em 151 mil pessoas na Paraíba, o menor patamar de toda a série história iniciada em 2012, além de ser a quarta redução consecutiva desde 2020, ano de início da pandemia provocada pela Covid-19, quando a estimativa foi de 276 mil desocupados. Em relação a 2023 (164 mil), a pesquisa estima uma redução de 7,9% (13 mil pessoas) no contingente de desocupados.
A pesquisa aponta para uma redução da taxa de desocupação paraibana de 2023 (9,5%) a 2024 (8,3%), sendo a quarta queda consecutiva desse indicador, após ter atingido seu valor mais elevado em 2020 (17,8%). Além disso, com o indicador de 2024 retorna ao patamar semelhante ao de 2014 (8,1%), que foi o menor valor observado na série histórica iniciada em 2012.
Em 2024, a taxa de desocupação paraibana ficou acima da média nacional (6,6%), porém abaixo da regional (9,1%). Em comparação às outras unidades da Federação, a Paraíba apresentou a oitava maior taxa de desocupação anual do país. Pernambuco (10,9%), Bahia (10,8%), Distrito Federal (9,7%) e Rio de Janeiro (9,3%) foram os estados que apresentaram os maiores níveis para esse indicador.
A publicação também registrou redução na taxa média anual composta de subutilização da força de trabalho estadual, pelo quarto ano consecutivo, tendo passado de 43% em 2020, a maior taxa desde o início da série histórica, para 42,2% em 2021, 31,2% em 2022 e 27,4% em 2023, chegando a 24,3% em 2024, o menor patamar até então alcançado.
Apesar disso, continuou com a sétima maior taxa dentre as unidades de Federação e ficou acima da média nacional (16,2%), embora menor que a média regional (26,4%). Essa taxa é a proporção de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial, em relação à força de trabalho ampliada.
Trabalhos formais
Na Paraíba, estimou-se que a população ocupada em trabalhos formais alcançou 732 mil pessoas em 2024, o quarto ano consecutivo de crescimento e o maior resultado desde o início da série histórica, iniciada em 2012. Quando comparado com 2023 (681 mil pessoas), houve um crescimento de 7,5% (51 mil).
Esse grupo compreende os empregados com carteira de trabalho assinada, trabalhadores domésticos com carteira de trabalho assinada, militar, funcionário público estatutário, conta própria e empregador que contribuíam para a previdência social.
Por conta desses resultados, observou-se que a taxa de formalização paraibana teve crescimento pelo segundo ano consecutivo, tendo passado de 42,8% do total de pessoas ocupadas, em 2022, para 43,7% em 2023, e 44,1% em 2024, igual à verificada em 2017.
A taxa estadual foi inferior à média brasileira (59,4%), mas levemente superior à média regional (43,4%), sendo a sexta menor do país, ficando acima apenas do Maranhão (35,8%), Pará (36,2%), Piauí (36,9%), Amazonas (39,8%) e Ceará (40,5%).
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 4 de dezembro de 2025.