Com diversos editais de concursos públicos abertos, e outros tantos anunciados, os cursinhos preparatórios de João Pessoa celebram a demanda em alta, após um período difícil durante a pandemia de Covid-19.
“Começou no ano passado, quando tivemos o edital da Polícia Militar da Paraíba. Depois veio a Polícia Militar de Pernambuco, a Caixa, Prefeitura do Conde, Banco do Nordeste, Semob, Guarda Municipal...”, enumerou a diretora do Everest Concursos, Paula Miguel, especialista em concursos públicos.
Ela explicou que para cada edital lançado, é aberta uma turma e a procura aumenta muito. “Os paraibanos não têm o hábito de se preparar com antecedência, então eles só procuram depois que tem o edital. Não é o certo, o ideal é a pessoa estar sempre estudando, mas a gente tem esse perfil. Uma turma que antes do edital tem 40 alunos, depois do edital fica com 60, pode chegar a 100”, explicou.
Paula Miguel também contou que atualmente o cursinho conta com duas turmas para o Concurso Nacional Unificado (CNU), lançado pelo Governo Federal, que vem sendo chamado de “Enem dos concursos”. A princípio, a ideia do governo é realizar a prova a cada dois anos, o que garantiria uma rotatividade das turmas de cursinhos.
Ela lembrou que o CNU não chega a abranger todos os órgãos públicos. “Então a gente teria sempre o concurso unificado e também os outros concursos para outros órgãos”.
O período de bonança veio após a tempestade da pandemia de Covid-19. “Foi um período atípico. Passamos um ano e dois meses de portas fechadas”, disse Paula, acrescentando que os editais de concurso só voltaram a surgir em 2023. Muitos cursinhos chegaram a fechar as portas definitivamente entre 2020 e 2022.
O diretor do Líttera Concursos, Thyaggo Lucena, contou que também passou por dificuldades durante o período. “As escolas tiveram que se adaptar à transmissão das aulas on-line, algumas provas de concurso tiveram que ser remarcadas, alguns editais foram suspensos”. A recuperação veio a partir do ano passado. “Teve muito concurso bom, inclusive o da Polícia Militar”, comentou.
“Quando o concurso anuncia o número de vagas por cidade, a procura é maior. O concurso da Caixa, por exemplo, são mais de quatro mil vagas, mas essas vagas são pra onde?”, ponderou Thyaggo.
Ele afirmou ainda que muitos dos seus alunos vêm estudando, desde o ano passado, os assuntos básicos que são cobrados na maior parte dos concursos, matérias como língua portuguesa, informática, raciocínio lógico, direito constitucional, direito administrativo e ética no serviço público. “Quando sai o edital, eles pedem para revisar esses assuntos e fazer as aulas específicas”, explicou.
A expectativa é de que esse ano seja tão bom quanto o anterior, ou talvez até melhor, mas isso depende principalmente da confirmação de concursos que já foram anunciados, mas cujos editais ainda não foram lançados.
“Quando existe a previsão do concurso já começa a procura, mas quando o edital é lançado certamente é quando a procura é maior”, disse Thyaggo, acrescentando que nem sempre as previsões se confirmam. “Um exemplo é o concurso para a área administrativa da Polícia Federal, que há muito tempo foi anunciado, mas o edital nunca saiu”.
O professor afirmou ainda que a orientação para os estudantes nesses casos é focar nos assuntos básicos, fazendo as complementações necessárias quando o edital for divulgado.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 06 de março de 2024.