O pagamento do 13º salário deve inserir R$ 3,34 bilhões na economia da Paraíba até o final deste ano, segundo estimativa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O montante representa 1,19% do total do Brasil, 7,30% da região Nordeste, além de cerca de 3,4% do PIB estadual.
De acordo com o levantamento, a média de valores por pessoa é estimada em R$ 2.175. Segundo os cálculos, cerca de 1,39 milhão de habitantes devem receber o 13o na Paraíba, número que equivale a 1,60% do total que terá acesso ao benefício no Brasil. Em relação à região Nordeste, corresponde a 7,55%.
Antes mesmo do pagamento do 13º salário, a secretária Cláudia Monteiro já decidiu o que irá fazer com o dinheiro: liquidar as dívidas com o cartão de crédito, que têm “tirado o seu sono”. Ela revelou que chegou a atrasar o pagamento algumas vezes ao longo deste ano e chegou a negociar o débito com as operadoras.
Quitando a dívida, a pretensão dela é tentar entrar 2024 com as contas ajustadas. “Não tenho restrição no meu nome, mas anda sendo difícil manter tudo em dia. O cartão de crédito pode se tornar uma ‘bola de neve’, mas também uma salvação em situações mais difíceis”, disse.
Por sua vez, a jornalista Cybele Morais explicou que geralmente utilizava o décimo para pagar alguma despesa típica dessa época do ano, como artigos de Natal ou mesmo presentes, mas os planos mudaram este ano. “Como no final do ano minhas duas filhas, uma de 5 anos e outra de um ano e dois meses, irão mudar de escola vou ter que separar boa parte dele para ajudar na matrícula e no material escolar delas. Se depois disso tiver alguma sobra penso em comprar pequenas lembranças para dar no Natal a elas e os familiares”, contou.
O Dieese informou ainda que os empregados do mercado formal, celetistas ou estatutários, representam 52,5%, enquanto pensionistas e aposentados do INSS equivalem a 47,5%. O emprego doméstico com carteira assinada responde por 1,1%.
Por segmento, os valores serão distribuídos da seguinte forma: os empregados formalizados ficam com 63,9% (R$ 2,13 bilhões) e os beneficiários do INSS, com 26,4% (R$ 882,35 milhões), enquanto aos aposentados e pensionistas do Regime Próprio do Estado caberão 7,2% (R$ 239,46 milhões) e aos do Regime Próprio dos municípios, 2,5% (R$ 83,17 milhões).
Em todo o país, estimativa é de R$ 291 bilhões
Até dezembro de 2023, o pagamento do 13o salário tem o potencial de injetar na economia brasileira cerca de R$ 291 bilhões. Este montante representa aproximadamente 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e será pago aos trabalhadores do mercado formal, inclusive aos empregados domésticos; aos beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios. Cerca de 87,7 milhões de brasileiros serão beneficiados com rendimento adicional, em média, de R$ 3.057
Dos cerca de 87,7 milhões de brasileiros que devem ser beneficiados com o pagamento do 13o salário, 53,8 milhões, ou 69,2% do total, são trabalhadores do mercado formal, entre eles, os empregados domésticos com carteira de trabalho assinada, que somam 1,5 milhão, equivalendo a 1,7% do conjunto de beneficiários. Os aposentados ou pensionistas da Previdência Social (INSS) correspondem a 32,8 milhões, ou 37,5% do total. Além desses, quase 1 milhão de pessoas (ou 1,2% do total) são aposentadas e beneficiárias de pensão da União (Regime Próprio). Há ainda um grupo constituído por aposentados e pensionistas dos estados e municípios (regimes próprios) que vai receber o 13o e que não pode ser quantificado.
Divisão por categoria
Do montante a ser pago como 13º, cerca de R$ 201,6 bilhões, ou 69% do total, irão para os empregados formais, incluindo os trabalhadores domésticos. Outros 31% dos R$ 291 bilhões, ou seja, cerca de R$ 89,8 bilhões, serão pagos aos aposentados e pensionistas. Considerando apenas os beneficiários do INSS, 32,8 milhões de pessoas receberão R$ 55,4 bilhões. Aos aposentados e pensionistas da União serão destinados R$ 11,2 bilhões (3,8%); aos aposentados e pensionistas dos estados, R$ 17,5 bilhões (6%); e aos aposentados e pensionistas dos regimes próprios dos municípios, R$ 5,6 bilhões.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 10 de novembro de 2023.