As micro e pequenas empresas foram responsáveis pela criação de 65,2% das vagas de emprego na Paraíba no mês de outubro. O estado apresentou no período saldo de 3.773 postos de trabalho, sendo 2.462 somente nas MPEs. O resultado obtido pelos pequenos negócios representa aumento de 53,3% em relação a outubro do ano passado, quando o saldo foi de 1.606 empregos. Os dados constam em estudo elaborado pelo Sebrae com base no Sistema do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério da Economia.
A Paraíba figura em segundo lugar do Nordeste e em quarto do país em relação ao número de empregos nos pequenos negócios. Conforme o relatório, as médias e grandes empresas apresentaram saldo de 1.233 empregos em outubro, enquanto a administração pública, foi responsável por oito.
O melhor desempenho das MPEs em outubro foi no setor do comércio (846), seguido pela construção (831) e serviços (487). Em relação ao porte, o destaque foi para construção de edifícios, com 518 empregos.
Ainda bem que nós temos uma política de incentivo às micro e pequenas empresas e aos MEIs, que vem se sustentando no Brasil - João Bosco
Já no acumulado de janeiro a outubro deste ano, as MPEs detém na Paraíba saldo de 17.962 postos de trabalho no estado, enquanto no mesmo período do ano passado o resultado foi de 19.973. Este ano, o mês com maior saldo foi agosto, com 2.852 empregos, seguido por setembro, com 2.716.
O secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de João Pessoa, João Bosco, afirmou que o índice de geração de emprego por microempreendedores individuais e pequenas empresas ainda deve aumentar pelo menos 10% até o mês de fevereiro. A previsão é feita com base em dados que mostram um crescimento contínuo do setor de serviços na Paraíba, com o maior número de pequenos negócios.
“Ainda bem que nós temos uma política de incentivo às micro e pequenas empresas e aos microempreendedores individuais, que vem se sustentando no Brasil. Em especial no nosso estado, o grande percussor, é o próprio Sebrae que é o fomentador do empreendedorismo. Como consequência disso, o que temos percebido é que esses números ainda tendem a crescer muito mais. Nós hoje, que temos um setor de serviços, que tem grande parcela dos MEIs, e ainda vai crescer muito”, pontuou João Bosco.
Para a gerente da Unidade de Gestão Estratégica e Monitoramento do Sebrae/PB, Ivani Costa, os dados refletem a capacidade de adaptação das micro e pequenas empresas aos movimentos do mercado. “Os pequenos negócios, geralmente, são mais ágeis e flexíveis em termos de tomada de decisões. Isso permite que eles respondam rapidamente às mudanças nas condições do mercado, adaptando-se mais facilmente às demandas locais. Além disso, empresas de menor porte muitas vezes têm presença mais forte e próxima das comunidades locais. Assim, elas entendem melhor as necessidades de cada cliente”, explicou.
Ainda conforme Ivani Costa, os pequenos negócios também possuem mais agilidade para inovar e assumir riscos. “O custo de manutenção de um pequeno negócio é geralmente menor do que o custo de uma empresa de grande porte. Isso pode permitir que pequenas empresas tenham margens de lucro mais elevadas e, assim, possam investir em expansão e contratação”, acrescentou.
Já em relação a predominância do setor de serviços na geração de empregos, a gerente pontuou que ela está relacionada com as novas demandas da sociedade. “À medida que a qualidade de vida melhora e a população tem mais acesso a recursos financeiros, há uma demanda crescente por serviços diversos. E como a Paraíba é um estado com grandes atrações turísticas, o setor de serviços pode ser uma fonte significativa de empregos”, concluiu Ivani Costa.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 06 de dezembro de 2023.