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Paraíba tem menor índice de inadimplência no Brasil

publicado: 12/03/2024 10h41, última modificação: 12/03/2024 14h34
Em todo o país, o endividamento teve redução de 0,2 ponto percentual em fevereiro

por Bárbara Wanderley*

A Paraíba foi o estado com menor inadimplência do Brasil de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) referente ao mês de fevereiro, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Peic aponta que 6,4% das famílias paraibanas tinham contas em atraso naquele mês. A média nacional é de 28,1% e este é o menor nível desde março de 2022.

A pesquisa também mostrou que 84,7% das famílias paraibanas estão endividadas, mas não necessariamente inadimplentes. O percentual que ficou acima da média nacional de 77,9%. Entre os entrevistados, 3,7% dos paraibanos afirmaram que não terão condições de pagar as contas em atraso. A média nacional nesse caso é de 11,9%.

Em todo o país, tanto o índice de endividamento quanto o de inadimplência tiveram redução de 0,2 ponto percentual em fevereiro, em relação ao mês anterior. A queda é de 0,7 ponto percentual quando considera-se apenas as mulheres.

 “As famílias têm reportado um menor volume de dívidas atrasadas, e a renda da mulher na participação do orçamento familiar é fundamental para isso, uma vez que, na maioria das vezes, elas são peças centrais nos lares brasileiros, acumulando múltiplas funções, como profissionais, autônomas, empreendedoras, mães e donas de casa”, destacou o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

A proporção da renda comprometida com dívidas aumentou justamente entre o público feminino: 30,6% da renda das mulheres está comprometida com contas a pagar, sendo este o maior nível já registrado pela pesquisa.

Pelo quarto mês consecutivo, houve redução do percentual de pessoas que se consideram “muito endividadas” (16,7%) e, assim como em janeiro, aumentou o número das que se consideram “mais ou menos endividadas” (29,1%). Em relação às famílias inadimplentes, 47,5% têm dívidas atrasadas por mais de 90 dias, e o tempo médio de atraso registrado foi de 63,6 dias.

Famílias têm reportado um menor volume de dívidas atrasadas, e a renda da mulher na participação do orçamento familiar é fundamental   -  José Roberto Tadros

“A tendência de redução da inadimplência também é vista pela redução do percentual de famílias que não terão condições de pagar dívidas, que é o grupo mais complexo dos inadimplentes, mostrando uma queda persistente nos últimos quatro meses. Ainda que o grupo de famílias que não terão condições de arcar com as suas dívidas esteja maior do que em fevereiro de 2023, as reduções nos últimos meses são um sinal positivo para o perfil de inadimplência das famílias brasileiras, sinalizando melhoras neste grupo. Isso mostra que a redução da Selic está auxiliando também os indicadores de inadimplência”, explicou o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.

Por faixa de renda

Todas as faixas de renda apresentaram redução ou estabilidade do endividamento em relação a janeiro, com destaque para as famílias que recebem entre 3 e 5 salários mínimos, cuja queda chegou a 0,7 p. p. no mês. Já as famílias que recebem de 5 a 10 salários mínimos demonstraram o maior declínio no ano, reduzindo suas dívidas em 1,8 p. p., no período.

Por outro lado, as famílias de baixa renda, isto é, que recebem até 3 salários mínimos, mantiveram seu endividamento estável no mês, com leve aumento frente ao registrado em fevereiro do ano passado, já que precisam, essencialmente, do crédito para consumir.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 12 de março de 2024.