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Nas distribuidoras

Petrobras anuncia redução no preço dos combustíveis

publicado: 17/05/2023 15h21, última modificação: 17/05/2023 15h21
Impacto ao consumidor final depende do repasse aos revendedores do estado
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Edifício sede da Petrobras no Centro do Rio - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

por Thadeu Rodrigues*

A Petrobras reduziu ontem os preços da gasolina, do óleo diesel e do gás liquefeito de petróleo (GLP). As reduções nas distribuidoras são de 12,6% para a gasolina, 12,8% para o diesel e 21,3% para o gás de cozinha e já estão em vigor. O impacto ao consumidor final depende do repasse das distribuidoras aos revendedores. Na Paraíba, o preço médio da gasolina na bomba pode cair a R$ 4,94 e o do diesel, a R$ 5,15, com recuos de R$ 0,29 e R$ 0,39, respectivamente. A oferta ao consumidor pode estar disponível a partir de amanhã.

De acordo com a Petrobras, o litro da gasolina será reduzido de R$ 3,18 para R$ 2,78, um recuo de R$ 0,40 ou 12,6%. Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da estatal no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,03 a cada litro vendido na bomba. Contudo, a petrolífera pondera que o preço ao consumidor depende de fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo na Paraíba (Sindipetro-PB), Omar Hammad Filho, pontua que os revendedores dependem da disponibilização dos combustíveis para oferecer os produtos aos consumidores.

“A chegada do produto mais barato nas bombas vai depender do fluxo de compras às distribuidoras. Se for diário e havendo produto para venda, já deve estar disponível amanhã. Historicamente, isso leva um ou dois dias. Contudo, as reduções aos consumidores são um pouco diferentes, devendo ser de R$ 0,29 para a gasolina e de R$ 0,39 para o diesel”, explica o dirigente.

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Leonardo Ramos acha que preço já pode cair amanhã - Foto: Marco Russo

O gerente de um posto de combustíveis em João Pessoa, Leonardo Ramos, afirma que as compras dos dois produtos ocorrem duas ou três vezes na semana. Ele acredita que amanhã ou sexta-feira, a gasolina e o diesel já devem estar mais baratos no estabelecimento. “Enquanto o preço não reduz, o consumo diminui um pouco, porque as pessoas esperam para abastecer”.

Governador afirma que medida é acertada

Para o governador João Azevêdo, a medida da Petrobras é uma decisão “extremamente acertada”, considerando que a empresa produz com custos em reais e vendia em dólar. “A população durante tantos anos suportou essa pressão com aumentos quase constantes dos preços. Agora, se tenta montar uma equação para que se tenha mais estabilidade e previsibilidade nos preços”.

João Azevêdo destaca que a estatal gera lucro extraordinário para seus acionistas e nada mais justo do que pegar parte de lucros e dividendos e garantir, a partir de um fundo, a estabilidade dos preços. “Foi promessa do presidente Lula e que agora está se cumprindo”.

Já o motorista de aplicativo Leivison Ferreira conta que gastou R$ 2.300 no mês passado para abastecer o automóvel com gasolina. “Eu rodo muito o dia todo, então acredito que essa redução no preço vai ajudar um pouco. Se diminuir uma média de R$ 200 no meu gasto para trabalhar, posso usar esse valor para o lazer da minha família ou na alimentação”.

Gás de cozinha

Conforme a Petrobras, a redução no gás de cozinha é de 21,3% ou de R$ 8,97 por botijão de 13 quilos. O presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Paraíba (Sinregás-PB), Marcos Antônio Bezerra, esperava um posicionamento das distribuidoras, até o fechamento desta edição, para estimar um percentual de diminuição de preços ao consumidor. Ele ponderou que a oferta pode demorar uns dias a chegar aos revendedores.

A pesquisa da ANP indica que, na semana passada, a média de preços na Paraíba era de R$ 110,73, variando de R$ 89,99 a R$ 120. Desta forma, a média pode ficar abaixo dos R$ 100, conforme previsão da Petrobras.

Fim da paridade

A redução dos preços dos combustíveis será possível com o fim da paridade de preços do petróleo e dos combustíveis derivados com o dólar e o mercado internacional. Desde 2016, os preços acompanham as oscilações do exterior. Na política de Preço de Paridade de Importação (PPI), a Petrobras considerava o valor do petróleo no mercado global e custos logísticos como o fretamento de navios, as taxas portuárias e o uso dos dutos internos para transporte.

A estatal informa que terá mais flexibilidade para praticar preços competitivos, disputando mercado com empresas que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, pondera que a empresa continuará seguindo a referência internacional e mantendo a competitividade interna, mas buscando oferecer o preço atrativo aos consumidores.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 17 de maio de 2023.