Amanhã começa a ser disponibilizada a modalidade de Pix por aproximação, seguindo uma regulação do Banco Central (BC). Com isso, será possível pagar contas apenas aproximando o smartphone da maquineta, semelhante ao que já acontece com cartões de débito e crédito. A nova funcionalidade estará à disposição dos usuários que possuem telefones celulares com tecnologia NFC (Near Field Communication), utilizada em carteiras digitais para permitir pagamentos por aproximação.
O economista Alexandre Nascimento explica que, atualmente, todos os modelos de aparelhos mais recentes de celulares possuem essa tecnologia, e que o Pix por aproximação estará disponível para clientes que possuem conta em instituições bancárias incluídas no Open Finance. “O BC fez uma reunião com os bancos e somente aqueles que aderiram ao serviço de troca de informações entre os bancos foram autorizados a trabalhar com o Pix por aproximação”, afirma, esclarecendo que 95% dos bancos, inclusive os digitais, aderiram.
Sobre o funcionamento dessa nova modalidade, ele explica que ela trará mais praticidade aos usuários, que não precisarão ler um QR Code ou usar o Pix copia e cola na hora de fazer um pagamento. “Muito semelhante ao que é feito pelas pessoas que usam o celular como meio de pagamento digital. As pessoas colocam, hoje, o cartão dentro de uma carteira digital, e, agora, será possível também colocar os dados da conta. Então, ela aproxima o celular de um equipamento de recebimento, de onde estiver comprando, e isso vai fazer com que o dinheiro saia da sua conta e vá para o comprador”, explica o economista, que enfatiza que para confirmar a transação será necessário o uso de reconhecimento facial, leitura da impressão digital ou a digitação de senha.
“A grande mudança é que quando você usa, por exemplo, um QR Code para fazer o pagamento, você precisa abrir o aplicativo da instituição. Com esse novo formato, não vou precisar abrir aplicativo de banco nenhum, meu celular pode estar bloqueado, sem a necessidade de abrir nada, basta eu aproximar, ele automaticamente vai reconhecer que se trata de um pagamento, e vai transferir esse recurso, e, antes, só vou precisar validar, com a minha leitura facial ou senha. Cada pessoa pode escolher isso no seu próprio aparelho”, esclarece.
O economista disse ainda que essa nova modalidade permitirá que os comerciantes que recebiam pagamentos via cartão de débito, por exemplo, possam reduzir custos. “Ele pagava aquela taxa da maquineta do cartão de crédito ou débito, e no Pix é custo zero”, afirma, comentando também que no caso do Pix via QR Code também não havia essa taxa, mas o cliente tinha que antes abrir o aplicativo do banco.
Sobre a preocupação com a segurança das transações, ele reforça que apenas a aproximação não é suficiente para que ocorra a transferência do dinheiro, e que os usuários precisam digitar uma senha de confirmação. Porém, Alexandre Nascimento destaca que é preciso ficar atento à possibilidade de aplicação de golpes.
“O golpista sempre procura formas de burlar o sistema”, relata ele, mas destaca que a estrutura já tem esse dispositivo de segurança que só permite a transferência após a confirmação. “Não tem como uma pessoa, por exemplo, estar numa festa, passar com uma maquineta e levar o dinheiro de todo mundo, que estiver nos celulares com uma conta cadastrada na carteira digital, isso não vai acontecer”, garante.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 27 de fevereiro de 2025.