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Produção da pecuária cresce na Paraíba

publicado: 22/09/2023 08h57, última modificação: 22/09/2023 08h57
Estado registrou alta nos rebanhos, nos produtos de origem animal e nas atividades de carcinicultura e piscicultura

por Thadeu Rodrigues*

Os dados sobre os rebanhos da Paraíba apresentaram resultados positivos em 2022, indica a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), realizada pelo IBGE. A criação de bovinos, caprinos, ovinos, suínos, equinos e galináceos registrou crescimento no estado, que também se destacou pelas atividades de carcinicultura e piscicultura. Entre os principais produtos de origem animal estão leite, mel de abelha e ovos de galinha. Em âmbito nacional, o desempenho também foi positivo, com produção no valor total de R$ 116,3 bilhões.

Entre os bons números está a produção de camarão. A Paraíba tem o terceiro melhor resultado do país. A produção alcançou a quantidade de 7,2 mil toneladas, no ano passado, atrás apenas de Ceará (61,3 mil toneladas) e de Rio Grande do Norte (25,1 mil toneladas). Em comparação com 2021, houve um crescimento de 15,7% da atividade, que desde 2018, já acumula elevação de 165%. No acumulado desde 2013, o índice é de 735,8%.

A analista agrícola do IBGE na Paraíba, Fernanda Teixeira, comenta que o crescimento da atividade é resultado de uma demanda de mercado, o que tem acarretado na elevação da produção de quem já se dedicava à atividade e na atração de novos empreendedores de todos os portes.

A pesquisa do IBGE indica que, em 2022, o valor da produção de camarão, na Paraíba, foi de R$ 142 milhões. O montante representava 76,1% do valor da produção de toda a aquicultura no estado.

Os principais municípios produtores na Paraíba são: João Pessoa, responsável pelo quantitativo de 1,6 mil toneladas; Santa Rita, com 900 toneladas; Mogeiro (600 toneladas); e São Miguel de Taipu e Salgado de São Félix, com 500 toneladas, cada.

João Pessoa é a cidade que registra a maior produção de camarão (com 1,6 mil toneladas) sendo seguida por Santa Rita, Mogeiro,  São Miguel de Taipu e Salgado de São Félix

“O IBGE constatou o crescimento da atividade nos estados nordestinos próximos à Paraíba. No caso do nosso estado, verificamos que a atividade é realizada acompanhando o Rio Paraíba. Ou seja, a disponibilidade de água favorece o crescimento da carcinicultura”, explica Fernanda Teixeira.

A analista destaca que os criadores são organizados em associações, que oferecem capacitação à produção e o suporte na distribuição. “Há uma articulação interessante de negócios. Os produtores comercializam para supermercados e restaurantes”.

A psicultura também tem apresentado crescimento, na Paraíba. No ano passado, a produção de peixes alcançou a quantidade de quatro mil toneladas. Em comparação com 2013, quando foram registradas 864 toneladas, o IBGE constatou alta de 362%.

Rebanho de caprinos do estado é o 5º maior do país

O rebanho de caprinos na Paraíba está em recomposição, após períodos de seca. Em 2013, havia 478 mil cabeças e, em 2022, 796,4 mil, correspondente a um acréscimo de 66,6%. “O caprino sobrevive bem em regiões secas, como o Cariri e o Alto Sertão. Apesar disso, o rebanho foi reduzido e está sendo restabelecido com melhorias das condições hídricas”, explica Fernanda Teixeira.

A Paraíba tem o quinto maior rebanho de caprino do país. Os maiores rebanhos são os dos seguintes estados: Bahia 3,7 milhões de cabeças), Pernambuco (3,2 milhões), Piauí (1,9 milhão) e Ceará (1,1 milhão). No estado, os municípios com os maiores rebanhos, em 2022, foram: Monteiro, com 36,9 mil cabeças; São João do Tigre (27,9 mil); Sumé (27,4 mil); Serra Branca (26,4 mil) e São Sebastião do Umbuzeiro (25 mil).

Bovinos

Melhorias genéticas e adoção de ração enriquecida são fatores que contribuem para o crescimento da pecuária bovina, aponta a analista técnica do IBGE. A atividade também sofreu bastante com a seca, já que os animais não se adaptam às regiões sem água. O rebanho passou de um milhão de cabeças, em 2013, para 1,3 milhão, em 2022, com alta de 30,7%. Esse foi o maior número registrado para o estado desde 1989 (1,4 milhão de cabeças). Fernanda enfatiza que o efetivo permaneceu estatisticamente estável (0%) em relação a 2021. “A quantidade de animais aumentou em apenas 500 cabeças. É uma atividade que dá claros sinais de estabilidade”.

A pesquisa também verificou alta nos rebanhos de ovinos (99,7%) e de suínos (109,8%). Enquanto o primeiro passou de 389,5 mil cabeças para 777,7 mil, de 2010 para 2022, o segundo mais que dobrou, saltando de 137,4 mil para 288,3 mil.

Melhorias genéticas e adoção de ração enriquecida são fatores que contribuem para o crescimento da pecuária bovina

Já o rebanho de galináceos teve o menor avanço percentual (13%) nesse comparativo, passando de 11,2 milhões de cabeças para 12,6 milhões. Em relação ao ano de 2021, os resultados negativos foram nos rebanhos de codornas (-11,9%) e de bubalinos (-3,3%).

Produtos

Na lista dos principais produtos de origem animal, o maior crescimento proporcional, entre 2013 e 2022, foi registrado no mel de abelha (123,3%) – de 160,1 toneladas para 357,5 toneladas. Em seguida, estavam as produções de: leite (85,2%), de 157,2 milhões de litros para 291,2 milhões; e de ovos de galinha (74,8%), que passou de 34 milhões de dúzias para 59 milhões.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 22 de setembro de 2023.