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Mercado Imobiliário

Região Metropolitana de João Pessoa puxa alta na construção civil

publicado: 04/09/2023 09h48, última modificação: 04/09/2023 09h48
Capital e cidades próximas aquecem a atividade e mantêm o bom desempenho
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Empreendimentos de médio e alto padrão são responsáveis pelos lançamentos do setor - Foto: Marcos Russo

por Thadeu Rodrigues*

A pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais, realizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), aponta crescimento de 15,7% nos lançamentos imobiliários no Brasil, no segundo trimestre do ano, em relação ao trimestre anterior. Na Paraíba, o Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário do Estado atesta o “aquecimento” da atividade, puxada pelo desempenho da Região Metropolitana de João Pessoa.

O presidente do Sinduscon-PB, Helder Pereira, avalia que a Paraíba apresenta uma situação favorável em vários segmentos. “Temos observado lançamentos de empreendimentos de médio e alto padrão, bem como para a habitação social e de interesse social, com o Minha Casa, Minha Vida, que acende uma perspectiva de impulso. No governo passado, esse segmento estava bem retraído”.

Conforme o estudo, a região Norte registrou crescimento de 1.002,5%, no lançamento de unidades residenciais, no segundo trimestre deste ano, em relação ao período imediatamente anterior. Os demais desempenhos foram: Centro-Oeste (80,9%) elevadose Sudeste (19,9%). O Nordeste apresentou queda de 20,5% e o Sul, de 10,9%.

Segundo o presidente do Sinduscon-PB, na Região Metropolitana de João Pessoa, há uma série de fatores que colocam as cidades na preferência de investidores, em relação a outros estados do Nordeste. “Em comparação com cidades como Recife, Salvador e Fortaleza, João Pessoa apresenta preços mais atrativos, calmaria e agradabilidade na dinâmica social, mais segurança pública e uma população com alto nível educacional”.

Se em João Pessoa, há demanda para condomínios verticais, em Campina Grande, o segmento está com um desempenho lento, mas há investimentos em condomínios horizontais. “Na capital, as vendas são para pessoas do Brasil inteiro e até estrangeiros, por conta do turismo. Já em Campina, o contexto é diferente. São outros negócios. O mercado cresce quando a economia vai bem, quando há geração de empregos”. Ele ainda cita bons resultados em cidades como Patos, Sousa e Cajazeiras.

O estudo da CBIC indica a estimativa de crescimento do setor com o programa Minha Casa, Minha Vida, que concede descontos para as faixas mais baixas de renda da população. A adequação dos tetos de valores das unidades para inclusão no programa à realidade do mercado é outro fator que impulsiona a atividade da construção civil.

Imóveis mais valorizados e preços elevados

A CBIC indica que o valor geral lançado registrou aumento de 21,3%, no segundo trimestre deste ano, em relação ao primeiro, chegando ao total de R$ 38 bilhões. O índice supera o de lançamentos (15,7%), o que evidencia a valorização imobiliária. Em relação ao mesmo período de 2022, o valor foi 6% menor, mas o número de lançamentos caiu 15,8%.

Conforme o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da CBIC, Ely Wertheim, a pandemia de Covid-19 causou uma desorganização mundial que afetou preço e produção do setor da construção civil. Contudo, o setor trabalha para conter os impactos ao consumidor.

Helder Pereira defende que a questão dos preços dos imóveis obedece a lei da oferta e da procura. “A falta de opções pode aumentar os valores. Contudo, em uma compra financiada, é preciso avaliar se as condições da operação são favoráveis”.

Ely Wertheim ressalta a necessidade de um olhar atento ao estoque de imóveis, no país. O estudo da entidade evidencia a redução de lançamentos, ao passo que as vendas estão mantidas. Na hipótese de não haver novos lançamentos, a oferta final imobiliária se esgotaria em 11 meses. “A demanda continua forte, mas a produção não tem acompanhado o mesmo ritmo das vendas. Com a expectativa de menor taxa de juros, as vendas devem se fortalecer e o problema pode se agravar”.

Já o presidente da Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS) da CBIC, Clausens Duarte, acredita que, com a maior estabilidade da inflação, o consumidor também fica mais confiante para adquirir novos imóveis.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 02 de setembro de 2023.