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negócios de verão

Vendedores ambulantes festejam as boas venda

publicado: 21/01/2025 08h29, última modificação: 21/01/2025 08h29
Comidas, artesanatos, roupas e brinquedos: tem de tudo na areia das praias
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Comerciantes apostam na diversidade de produtos para garantir comodidade aos clientes | Fotos: Roberto Guedes
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por Lílian Viana*

João Pessoa, a capital paraibana, registrou um aumento de 64% nas buscas de viajantes brasileiros para o período de 1o de janeiro a 31 de março de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024, segundo dados recentes da Booking.com. Esse crescimento no número de turistas tem impactado positivamente o comércio informal. De água de coco a bijuterias, passando por roupas de praia, esses trabalhadores informais têm investido na variedade de produtos para garantir o sucesso nas vendas. “Durante o verão, o movimento é muito maior. Se no resto do ano eu vendo umas 30 porções, nesta época, eu dobro a quantidade”, conta Francisco da Silva, vendedor de camarão há 18 anos. Ele revela que, em média, consegue faturar entre R$ 1 mil a 1,5 mil por dia, no pico da temporada.

O artesanato local também se destaca entre os itens mais vendidos. As bolsas de palha e chapéus de algodão cru, por exemplo, são opções muito procuradas por turistas e banhistas que chegam à barraca de Laudjane Lourenço, mais conhecida como Galega de Tambaú. Ao lado da filha Letícia Vanessa e do genro Vamberto do Nascimento, Galega conta que, nesta alta temporada, chega a vender até 30 peças por dia, faturando, em média, R$ 1.200 por dia. “As pessoas gostam de comprar itens locais. Então, bolsas e peças artesanais, que custam entre R$ 20 e R$ 200, vendem muito bem”, comemora Galega, que vende seus produtos na Praia de Tambaú.

Para os turistas, a experiência de comprar nas areias da praia vai além da aquisição de produtos. Hospedada com o filho em um hotel no Cabo Branco, a professora Ângela Lacerda preferiu fazer compras nas áreas da praia a ter que ir a um shopping local. Para ela, além de mais prático, é mais prazeroso comprar no local de descanso, “sentada no conforto da minha cadeira, com a vista para o mar”, relata, ao pagar R$ 50 por um baldinho de areia para o filho.

Contudo, segundo o ambulante Roberto da Silva, o maior número de vendedores na praia tem aumentado muito a concorrência e, com isso, diminuído o faturamento diário. “Eu vendia muito protetor solar e bronzeador, mas, hoje, todo mundo oferece isso. Aí, fica difícil ganhar a mesma coisa que eu ganhava antes. Tem dia que tiro só R$ 80”, conta o ambulante, que tem diversificado seus produtos para conseguir aumentar as vendas. Além de protetor e bronzeador, ele tem investido na oferta de brinquedos infantis e bolas.

A disputa por espaço na areia também tem exigido maior habilidade de Maria José Alves, que vende cangas de praia, que variam de R$ 40 a R$ 60. Para se destacar entre tantos, ela flexibiliza o valor. Embora diminua um pouco o faturamento, em alguns casos, ela garante que o esforço vale a pena. “Eu acho que tem espaço para todos. Estou há dois anos nesse mercado e não tenho do que reclamar. Basta trabalhar com honestidade e tratar bem os clientes, que as vendas acontecem”, reflete.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 21 de janeiro de 2025.