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Agências de João Pessoa cancelam viagens

publicado: 17/10/2023 09h01, última modificação: 17/10/2023 09h01
Após o início do conflito com o Hamas, as vendas de pacotes turísticos para o país e região foram suspensas
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Empresária Keila Jacob acredita que, até o primeiro trimestre de 2024, será inviável fazer qualquer visita a Israel - Foto: Roberto Guedes

por Juliana Cavalcanti*

Todas as atividades turísticas em Israel estão canceladas após o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançar um ataque surpresa ao país. O conflito atingiu também as agências de viagens da cidade de João Pessoa que cancelaram os agendamentos já realizados com os clientes e suspenderam as vendas de pacotes tanto para Israel como para outros destinos próximos, especialmente o Egito e à Jordânia.

“Não há nenhuma expectativa para este momento. Infelizmente é um lugar que nós não podemos ir atualmente. Acredito que final deste ano e nos três primeiros meses de 2024, é inviável fazer qualquer visita a Israel. Para o primeiro semestre do próximo ano há ainda uma incerteza muito grande do que pode acontecer a partir desta guerra”, informou Keila Jacob, proprietária de uma agência de turismo no bairro do Altiplano, especializada em pacotes para Israel e Terra Santa.

Para a empresária, o conflito entre Israel e Hamas alterou bastante o trabalho da agência, pois havia uma alta demanda para Israel atualmente. “A gente já cancelou todas as viagens para Israel neste ano. Esta seria uma alta temporada, pois no pós-pandemia este é o momento em que a gente mais ia mandar peregrinos para Israel. No final de novembro nós tínhamos 104 passageiros para embarcar e o Governo de Israel já cancelou todas as atividades turísticas”, relatou.

A gente já cancelou todas as viagens para Israel neste ano - Keila Jacob

O turismo religioso é um dos principais focos da sua agência. No entanto, Israel é um país procurado tanto para esta modalidade como para o turismo de lazer como para a visitação de historiadores. O turismo é uma das principais atividades econômicas do país e foi um dos primeiros setores afetados pelo conflito. “É inviável mandar turistas para lá porque ele só deve ir em segurança. Até agora, nenhum peregrino foi atingido porque prezamos muito pela segurança dos nossos peregrinos em Israel”, pontuou a empreendedora.

As áreas ao redor de Israel também foram afetadas pela suspensão das atividades turísticas como a Jordânia e Egito, nações que fazem parte dos roteiros mais trabalhados em conjunto com Israel.

O Egito, por exemplo, é considerado um dos países com maior importância para a relação entre Israel e Gaza, pois faz fronteira com o sul da Faixa de Gaza e controla quem atravessa as fronteiras. Também é visto como uma saída para a retirada de pessoas da área de conflito, inclusive brasileiros.

Líbano
Além do Egito e Jordânia, o Líbano também é um destino com viagens suspensas porque está apoiando a causa palestina e já guerreou com Israel quando o Hezbollah, grupo extremista libanês, lançou mísseis em direção a Israel após os ataques do Hamas.

“O Líbano é um país ainda pouco visitado pelos turistas brasileiros e por isso a pretensão era fazer um roteiro para este local. Mas, a fronteira do Líbano já está ameaçada e o Egito, que apoia a Palestina, também já foi avisado por Israel: se mandar alimentação e remédio, vai haver retaliação. Então, é um cenário difícil porque sempre alguém vai apoiar o outro e outros países podem entrar em conflito”, destacou a gerente de uma agência de turismo no bairro de Tambaú, Ellen Santos que também revelou preocupação com os impactos do conflito para o turismo internacional. “Trabalhamos muito com excursões internacionais e íamos fazer um pacote para Israel neste mês de outubro, mas a gente não fez. Afetou também as áreas ao redor porque quando existe um conflito assim no mundo, as pessoas têm medo até de ir para a Europa. Inclusive, eu ia fechar um grupo para abril do próximo ano para Amsterdã ( que está distante do conflito), mas os clientes desistiram e optaram por esperar um tempo com medo da guerra se estender”, comentou.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 17 de outubro de 2023.