De acordo com o módulo de Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua 2024, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ontem (10), de 2023 a 2024, houve uma redução de 9,9% no número de domicílios paraibanos que apresentaram algum grau de insegurança alimentar, o que corresponde a 53 mil domicílios a menos nessa condição. A maior redução ocorreu naqueles em situação grave, com uma queda de 34,8%, representando 31 mil unidades domiciliares a menos.
No estado, em 2024, a proporção de domicílios com insegurança alimentar grave — quando a experiência da fome passa a ser de fato vivenciada, com redução da quantidade de alimentos consumida também pelas crianças, como resultado da falta de comida —, foi de 3,9%, inferior em 2,1 pontos percentuais em relação a 2023. O indicador paraibano destacou-se com o melhor resultado nordestino, junto ao Rio Grande do Norte, e foi menor do que a média de 4,4% registrada pela Região Nordeste.
O referencial metodológico da pesquisa foi a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), que identifica e classifica os domicílios de acordo com os graus de severidade com que o fenômeno é vivenciado pelas famílias neles residentes. Em comparação com 2023, houve também redução de 9,4% no total de domicílios e de 16,8% no total de pessoas em situação de insegurança alimentar moderada, marcada pela redução da quantidade de alimentos entre os adultos ou ruptura nos padrões de alimentação.
De acordo com a secretária de Estado de Desenvolvimento Humano, Pollyanna Werton, os resultados que colocam a Paraíba em evidência no quesito segurança alimentar à nível regional, são fruto de um esforço conjunto. “A segurança alimentar é um trabalho em rede, que se manifesta através de uma série de ações que compõem a Secretaria, como o Programa de Aquisição de Alimentos, no qual o governo compra alimentos da agricultura familiar”.
À frente da Pasta estadual que tem como principais objetivos a inclusão social, a segurança alimentar e a assistência integral à população paraibana, Pollyanna menciona que o papel do programa no fomento ao campo e na redução da fome. “Leva renda, fixa o homem no campo e diversifica a produção. Na cidade, entrega esses alimentos às pessoas que vivem em insegurança alimentar e nutricional. No ano de 2024, a Paraíba atingiu quase 300 mil lares nessa condição, levando alimento de qualidade”, afirma.
A secretária destaca também a Modalidade Leite do Programa de Aquisição de Alimentos. “Através dela, a Paraíba entrega 236 mil litros de leite toda semana aos paraibanos. O leite, que é um alimento com alto nível de proteína, chega até crianças em situação de insegurança alimentar e nutricional, idosos e famílias carentes que não conseguem ter acesso a proteína de qualidade. Somando a ele, tem o Cartão Alimentação, que beneficia 54 mil famílias, que compram nos mercadinhos locais, fomentam a economia e acessam alimentos de qualidade, e o Programa Nutrir Mais Paraíba, que entrega também ovos de galinha caipira às famílias em situação de insegurança alimentar”.
Além dessas iniciativas, Pollyana ressalta a importância do Bolsa Família. “Este programa do Governo Federal, implementado pelo presidente Lula, traz para as famílias autonomia, principalmente para as mulheres e para seus filhos. A somatização de políticas públicas, que oferecem alimento de qualidade para os lares, faz com que as famílias saiam desse patamar de insegurança alimentar e consigam quebrar ciclos de pobreza.
Recentemente, a Secretaria de Desenvolvimento Humano (Sedh) lançou um edital social direcionado às cooperativas e associações, para fomentar pequenos negócios. “Atividades como criação de aves, criação de suínos e de caprinos, cultivo de mel de abelha, por exemplo, devem ser beneficiadas. Isso aumenta a produção de alimento de qualidade, para que ele chegue à cidade com preço justo e acessível a todos”, explica Pollyanna.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 11 de Outubro de 2025.
