Criada em 2023, a Gerência Operacional de Políticas da Causa Animal, ligada à Secretaria da Saúde (Ses-PB), vem realizando ações que fazem parte do Programa Paraíba Pet. O objetivo é proteger e cuidar dos animais, criando e executando políticas públicas voltadas à garantia dos direitos e do bem-estar de cães e gatos.
Desde sua criação, a gerência já realizou 1.191 castrações, além da distribuição de ração para 267 protetores — investimento de mais de R$ 200 mil —, oito eventos de adoção, que proporcionaram um lar a cerca de 40 animais, e ações de vacinação antirrábica, testes de leishmaniose, realização de exames e outras atividades.
Hoje, a gerência conta com estruturas em João Pessoa e em Campina Grande, onde há um Castramóvel — ônibus equipado para a cirurgia de esterilização de cães e gatos — em cada um desses municípios, atendendo a população local e de cidades da região. Mas o objetivo, como destaca a responsável pela gerência na capital paraibana, Rebecca Bonifacio, é ampliar a atuação, contando com essa estrutura em pelo menos mais uma região do estado. “A ideia do projeto é que a gente tenha aí mais dois castramóveis, ficariam quatro no total, e mais uma gerência localizada na terceira macrorregião da Paraíba. Aqui é a gerência do Estado, mas também temos uma gerência em Campina Grande, que atende a segunda macrorregião, e pretendemos ainda ter essa terceira, para melhor organizar e dividir esse trabalho”, afirmou.
Ela ainda explica que, recebendo mais dois castramóveis, um deles iria para esta nova gerência, a ser implementada, e o outro ficaria em João Pessoa, para reforçar o atendimento à população de cães e gatos da capital paraibana e região. Além dessas ações de esterilização, a gerente destaca a realização dos eventos de adoção de animais, que são feitos em parceria com organizações de proteção animal, e que também facilitam o acesso da população a outros serviços. “Nesses eventos, a gente disponibiliza vacina antirrábica, teste rápido para leishmaniose, amostras grátis, através de parcerias que a gente constrói, fazemos sorteios, e também há serviços de saúde para a população, como teste de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e outros”, destacou.
Rebecca Bonifacio ainda fala que, dos cerca de 40 animais já adotados por meio dessas ações, até o momento, não houve nenhuma desistência ou tentativa de devolução dos cães e gatos. “Foram adoções de sucesso. E a gente faz um cadastro, coloca os dados do tutor que adotou, e faz um Termo de Adoção, que é entregue à ONG ou ao protetor que trouxe aquele animal, para que fique registrada e guardada aquela informação, que também é colocada no nosso sistema, o Reg Pet”, explicou.
Por meio desse sistema, a gerência cadastra não apenas os animais adotados, mas também os cães e gatos da população que precisa ter acesso aos serviços, protetores independentes e ONGs. Ele é o sistema regulador do Programa Paraíba Pet. Ainda segundo destaca a gerente, as ações para a causa animal promovidas pelo Governo do Estado, por meio da gerência, ainda estão em fase de ampliação. “A castração, por enquanto é a nossa principal política. Na gerência, por ela ser recente, ainda há setores que estão em implementação, um deles é o nosso disque-denúncia, por exemplo. Ele está como um objetivo dentro da gerência, mas, como é algo que tem que ser bem planejado, para vermos para onde o animal vai depois da denúncia, como fica isso, então ainda não começamos com esse recebimento de denúncias”, explicou Rebecca.
Ela ainda ressalta que outra ação que integra o programa Paraíba Pet é a implementação de um hospital público veterinário, que possa atender a população do estado.
Castramóveis realizam cirurgias planejadas
Até o momento, a gerência atua com dois castramóveis, realizando a castração de cães e gatos que atendam aos critérios para a realização da cirurgia. Rebecca Bonifacio explica que há um planejamento quanto à circulação dos castramóveis, e que as ações acontecem em uma semana, de forma interna, com a realização de reuniões, definição do cronograma e regulação dos animais, e nas outras três semanas do mês, em atuação externa, nos bairros ou municípios, com a realização das castrações.
Ela esclarece ainda que, antes de serem castrados, os animais passam por um hemograma e uma avaliação veterinária, para saber se estão aptos: “Esses animais precisam ser regulados antes. Como temos uma quantidade de vagas — são 27 animais castrados por semana, 81 por mês — então a gente faz uma média de 50 a 70 animais para o hemograma, porque nem todos passam nessa triagem, e quem passa fica agendado para as castrações nos dias posteriores. Então, o hemograma é feito na segunda-feira, e nos demais dias são realizadas as castrações”, afirmou.
Nos casos em que os animais apresentem algum problema de saúde, que inviabilize a realização da castração, o médico veterinário emite uma receita e dá as orientações de cuidados para que o tutor possa tratar o animal. Assim, em outro momento, quando estiver saudável, ele poderá fazer a esterilização. A gerência conta também com uma equipe de atendimento para fazer a regulação dos animais e esclarecer a população. Através dos cadastros no Reg Pet, as pessoas localizadas em determinado bairro de João Pessoa, por exemplo, são informadas do cronograma do castramóvel naquela região, ou mesmo podem entrar em contato com a gerência para se integrar a essa ação e levar seus animais.
“Às vezes chegam pessoas, que veem o castramóvel e vão se informar ou mesmo querem levar seu animal para castrar, mas é mais difícil encaixá-las assim. Então, se não tiver vaga, não tem como encaixar, a gente pode cadastrar esse tutor para que ele possa ser incluído na próxima ação do castramóvel”, esclarece Rebecca Bonifacio. Ela ainda pontua que inicialmente, a ideia era de que o castramóvel circulasse pelos bairros e regiões onde os cadastros apontam as maiores demandas, mas que, na prática, a demanda é muito grande em diversos locais, e que muitas pessoas dizem que podem se deslocar, mesmo de regiões distantes, para ir em busca do serviço e garantir a castração dos seus animais.
Antes e depois da castração, os tutores recebem todas as orientações para os cuidados pré e pós-cirúrgicos que devem ser tomados para garantir o sucesso do procedimento e o bem-estar dos animais, além da receita com as medicações necessárias. Sobre esse acompanhamento pós-cirúrgico, Rebecca ainda explica que a equipe faz o monitoramento do animal, e em caso de complicações, ele pode ser atendido novamente: “A gente sempre está em contato com o tutor, pelo WhatsApp, e temos a assistência de clínicas parceiras, como a da Uninassau, então a gente pode contar com essa assistência das clínicas, e se for necessário ainda, o animal pode ir até o castramóvel, onde ele estiver, para que o veterinário atenda”, destacou ela, pontuando ainda que essas situações, em que o animal teve alguma complicação de saúde, foram raras até então.
Para quem quiser informações sobre as ações da gerência ou fazer seu cadastro para castração de algum animal, pode procurar a sede do órgão, que fica na Avenida Dom Pedro II, ao lado da 1a Gerência Regional de Saúde, em João Pessoa. Também é possível entrar em contato pelo WhatsApp (83) 99613-3412.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 13 de outubro de 2024.