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Lutas e protagonismo das mulheres em debate

publicado: 06/03/2024 09h50, última modificação: 06/03/2024 09h50
Primeiro “Café entre Mulheres” reuniu profissionais da comunicação da PB
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O primeiro “Café entre Mulheres” discutiu, ontem, a luta e o protagonismo feminino - Foto: Ortilo Antônio

por Fernanda Dantas* (Especial para A União)

“Se sozinhas somos fortes, juntas somos imbatíveis”, foi a mensagem passada pela secretária de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh), Pollyanna Dutra, ao promover o primeiro “Café entre Mulheres”, que reuniu, na tarde de ontem,  diferentes profissionais da comunicação para discutir assuntos que dizem respeito à  luta e ao protagonismo feminino.

Na semana do dia da mulher, a roda de conversa abordou dilemas enfrentados há décadas não apenas pelas jornalistas, mas por todas as mulheres em geral, de todas as classes sociais e comunidades, como violência de gênero em diferentes níveis, assédios, baixa representatividade política e outros. Foi tempo de celebrar, também na semana da mulher, o número expressivo de mulheres em espaço de poder e chefia no momento. Tudo isso foi lembrado, mas sem esquecer que a batalha pelo espaço merecidamente feminino está longe de acabar, principalmente ao pensar naquelas que não possuem o privilégio de ocupar essas posições.

Sobre a motivação para organizar o momento, a secretária reafirmou o poder que possuem as mulheres na imprensa. “A mídia é o quarto poder. A voz das  mulheres que estão na mídia  tem um poder muito grande de fazer valer as nossas pautas, e acima de tudo multiplicá-las. 

A imprensa tem um poder estratégico de fazer com que as vozes das mulheres possam ser ouvidas”, disse.

A necessidade de atravessar os estereótipos de gênero também esteve na fala da secretária. Ela lembrou que a maioria dos afrontes sofridos por homens diz respeito, na maioria das vezes, à condição profissional, enquanto mulheres são atacadas diariamente de forma pessoal, tornando o atributo de ser mulher como algo limitador e prejudicial. Dutra reforçou: “Isso exige da gente ter que gastar mais energia para mostrar nossa competência, e nesse momento já estamos cansadas de precisar mostrar que somos capazes”.

Além disso, ela chamou atenção para a necessidade de expandir a discussão para outras meninas e mulheres de diferentes comunidades, além das que estavam em lugares de liderança. “É necessário ouvir essas vozes e que elas também possam ser inspiradas e acolhidas, esse é o maior compromisso das mulheres que conseguiram alcançar algum espaço na sociedade. “É empoderar não só quem tá no topo da pirâmide, mas também quem está na base, quem historicamente perdeu os seus poderes, como grupos de mulheres LGBTs, mulheres negras, de comunidades desfavorecidas”

Entre as jornalistas, chefes de veículos de mídia e comunicadoras presentes, estava a diretora-presidente da Empresa Paraibana de Comunicação, jornalista Naná Garcez. “Cada vez mais temos vozes femininas ouvidas, e isso é importante porque nós compomos uma gestão onde há várias mulheres em carros de direção. Na EPC, temos uma diretoria igualitária, com dois diretores e  duas diretoras, e ao longo da nossa cadeia de comando temos várias mulheres em cargos de gerência e de subgerência.”, contou

Naná Garcez, que viu o jornalismo paraibano sair de um ambiente majoritariamente masculino à entrada gradual de mulheres nas redações e cadeiras de gerência, celebrou as conquistas que estão longe de parar por aí. “É, de fato, relevante, discutir essa questão. Nós temos várias mulheres em cargos de gestão, como secretárias, diretoras, chefes de setores, e cada vez mais a gente tem que brigar por isso”, finalizou.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 06 de março de 2024.