A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, participou de uma roda de diálogo com mulheres indígenas do povo Potiguara, realizada na Aldeia Forte, em Baía da Traição. A informação é da secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia Moura, que destacou que a visita faz parte das agendas preparatórias para a Conferência das Mulheres Indígenas, prevista para acontecer em março de 2025.
Durante a roda de conversa, lideranças indígenas trouxeram demandas essenciais das aldeias, destacando a falta de acesso a serviços públicos de saúde e educação, a necessidade de políticas para fortalecer a autonomia econômica por meio da pesca e do artesanato, a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho e a preservação ambiental. Também foram levantadas pautas em defesa do reconhecimento e do apoio às mulheres parteiras e o enfrentamento à violência de gênero.
A ministra Cida Gonçalves ressaltou a importância do diálogo para a construção de políticas públicas mais efetivas. Ela reforçou a necessidade de ampliar a presença de mulheres em espaços de decisão, com foco no desenvolvimento sustentável e na ação climática, além de abordar temas como inclusão digital, autonomia econômica e formação para exportação de artesanato indígena.
Em sua fala, Cida Gonçalves também desmistificou a narrativa de que a violência de gênero nas aldeias seria uma questão cultural. “Violência não é uma questão cultural para a população indígena. Aliás, se tem um povo que respeita a cultura, que respeita o idoso, que respeita a criança, é a população indígena”, afirmou a ministra, enfatizando a urgência em enfrentar esse problema.
A secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia Moura, destacou a relevância do evento como etapa essencial na construção das conferências de 2025, tanto a das mulheres indígenas quanto a V Conferência das Mulheres. “A Conferência das Mulheres Indígenas é um momento muito importante para a construção de políticas públicas que dialoguem diretamente com as necessidades das mulheres e fortaleçam suas lideranças”, afirmou.
Lídia Moura também enalteceu o processo de escuta realizado pelo Ministério das Mulheres como uma prática essencial para construir políticas públicas mais inclusivas e alinhadas às realidades locais. “A escuta ativa feita pelo Ministério das Mulheres é um passo fundamental para entender as necessidades das mulheres indígenas e garantir que suas vozes sejam centrais na construção dessas políticas. A pauta do meio ambiente e das mudanças climáticas, intimamente ligada à vida nas aldeias, é uma questão prioritária. As mulheres indígenas têm um papel essencial na preservação da natureza, e seu protagonismo deve ser reconhecido nas estratégias de enfrentamento da crise climática”, destacou Lídia.
O encontro reforçou a articulação das pautas indígenas e reafirmou o compromisso do Estado da Paraíba em colaborar na construção de políticas públicas que garantam a inclusão, a autonomia e o bem-estar das mulheres indígenas, destacando a importância do alinhamento entre as questões de gênero e meio ambiente.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 29 de outubro de 2024.