A tradicional missa de Natal lotou a Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, no Centro de João Pessoa, na manhã de ontem (25). Presidida pelo arcebispo metropolitano da Paraíba, dom Manoel Delson, a solenidade marcou o encerramento das celebrações natalinas na capital paraibana. Foi um convite aos fiéis católicos para relembrar o significado bíblico da data e aprofundar as celebrações, para além das festividades.
Na ocasião, o sacerdote transmitiu uma mensagem de companheirismo e solidariedade cristã. De acordo com dom Manoel Delson, o Natal é uma época capaz de fortalecer os laços comunitários frente aos conflitos e à violência tão recorrentes no cotidiano: um dia para traçar uma nova história, de amor e de esperança, diante do nascimento de Jesus Cristo.
“Deus nasceu criança, frágil, pequenino, colocado numa manjedoura. Aqui está uma indicação da preferência de Deus aos mais fragilizados, aos pequenos, às crianças, aos que sofrem, aos que estão colocados à margem da vida: Ele veio para salvar a todos, principalmente aqueles que se sentem necessitados da graça divina. Que o Natal nos eleve, que nos dignifique e que nos faça acreditar que é possível vencer, com o poder que Deus mesmo nos dá”, afirmou.
O arcebispo da Paraíba também reforçou votos para um fim de ano pacífico, de saúde e serenidade à comunidade. “Deus está presente conosco, ao nosso lado, para nos encaminhar na construção da fraternidade e de um mundo melhor. Desejo a todos que o Natal do Senhor seja um tempo pleno de harmonia, de alegria e de esperança”, concluiu.
Para os devotos, momento é de agradecimento e renovação da fé
Anualmente, a freira Mauricélia Silva participa da cerimônia ao lado das irmãs do convento. Para ela, a missa natalina foi ainda mais especial, porque representou o término do Ano Jubilar da Esperança, inaugurado pelo papa Francisco em 2024. “O nascimento de Jesus nos traz essa renovação, em busca de dias melhores. Temos que nos deixar ser iluminados por esse momento e procurar realizar a vontade de Deus em todas as situações que nos acontecem”, apontou.
Já a aposentada Luzia Avelino deslocou-se a pé, do bairro do Roger, até a catedral no Centro, para agradecer pelas bênçãos alcançadas em 2025. Aos 81 anos de idade, ela passou o Natal sozinha, em casa: seu único filho precisou ajudar a esposa, que produz doces e salgados, a entregar as encomendas durante a noite da véspera natalina. Mas, dentro do ambiente da basílica, juntamente com os demais devotos, a fé foi companheira suficiente para ela.
“Nosso Senhor Jesus Cristo vai nascer para nos salvar. Ele veio ao mundo como homem, mas Ele era homem santo, homem Deus, e nós estamos aqui para homenagear e agradecer a Ele pela nossa vida, pela saúde que a gente tem, pelos familiares, por tudo. Porque nós fomos escolhidos por Deus para nascer. Eu só tenho que agradecer pelo ano que está acabando e pedir para que a gente viva com saúde no ano que vem”, salientou Luzia.
Outro fiel que participou da solenidade foi o jovem Arthur da Conceição. Ele acompanhou o pai, José, do bairro de Mandacaru, para compartilhar a alegria natalina na basílica. “É um momento de união, de pensar toda a trajetória do ano, rever erros e, também, um tempo de aprendizado, de continuar na fé, seguir os passos para que haja reconciliação. Vai ser um ano de recomeço”, avaliou.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 26 de dezembro de 2025.