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ELEIÇÕES NA VENEZUELA

Países contestam vitória de Maduro

publicado: 30/07/2024 09h36, última modificação: 30/07/2024 09h36
Apuração das urnas ocorre sem a presença de fiscais, e a comunidade internacional cobra divulgação das atas
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Nicolás Maduro denuncia suposta tentativa de golpe de Estado | Fotos: Reprodução/Fotos Públicas
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Urrutia diz que lutará para que a democracia seja respeitada | Fotos: Reprodução/Fotos Públicas
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por da Redação (com Agência Estado)*

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou, na madrugada de ontem, a vitória de Nicolás Maduro com 51,21% dos votos válidos, contra 44,2% do candidato adversário, Edmundo González Urrutia. A oposição, contudo, questiona a legitimidade do resultado e cobra transparência na apuração, que ocorreu sem a participação de fiscais. Diante dessa situação, o governo brasileiro pressiona pela divulgação das atas de votação. Até o fechamento deste caderno, esses documentos ainda não haviam sido divulgados.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse acompanhar “com atenção” o processo de apuração das eleições na Venezuela, que ocorreram no último domingo (28). Em nota, o Palácio Itamaraty reafirmou o princípio fundamental da soberania popular e disse aguardar publicação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) dos dados desagregados por mesa de votação que, segundo a gestão, é passo “indispensável” para dar legitimidade ao resultado do pleito.

“O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração”, afirmou o Palácio Itamaraty ontem, por meio de nota. “Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”, acrescenta.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que o país tem “sérias preocupações” sobre o resultado anunciado da eleição presidencial da Venezuela, após o anúncio da vitória do ditador Nicolás Maduro.

Blinken afirmou que preocupa o fato de o resultado não refletir “nem a vontade nem os votos do povo venezuelano”. O secretário pediu que as autoridades eleitorais publicassem os resultados completos de forma transparente e imediata.

Os governos de nove países da Organização dos Estados Americanos (OEA) emitiram um comunicado conjunto, manifestando preocupação com o resultado das eleições presidenciais na Venezuela.

“A contagem dos votos deve ser transparente e os resultados não devem levantar dúvidas”, afirmou o comunicado assinado por: Argentina, Uruguai, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana.

Além disso, o presidente da Argentina, Javier Milei, pediu a saída de Maduro do poder e o reconhecimento da vitória da oposição venezuelana. “Os resultados mostram uma vitória esmagadora da oposição e o mundo aguarda que Maduro reconheça a derrota depois de anos de socialismo, miséria, decadência e morte”, destacou.

O argentino apontou que Buenos Aires não vai reconhecer uma “fraude eleitoral” e pediu que as Forças Armadas da Venezuela defendam a democracia e a vontade popular.

Com os resultados contestados, a comunidade internacional pressiona a Venezuela por transparência sobre o processo eleitoral. As cobranças vêm até mesmo de governos de esquerda na América do Sul, como o de Gabriel Boric, no Chile, e o de Gustavo Petro, na Colômbia.

Crise diplomática

A supeita de fraude no resultado do processo eleitoral motivou a expulsão dos embaixadores venezuelanos lotados na Argentina, no Chile, no Panamá, no Peru e no Uruguai.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 30 de julho de 2024.