Os professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) rejeitaram a proposta de reajuste apresentada pelo Governo Federal e podem entrar em greve na próxima semana. A decisão foi aprovada pela categoria, ontem, durante uma assembleia geral on-line. A oferta de reajuste é de 9% em 2025 e 3,5% em 2026. Para este ano, a proposta não prevê reajuste salarial para os docentes, considerado muito abaixo do esperado pela categoria.
Na próxima quarta-feira, dia 29, haverá uma nova assembleia para decidir pela greve, caso as negociações não avancem. Inicialmente, essa reunião aconteceria no dia 5 de junho, data do início das aulas do próximo semestre, mas foi antecipada para não prejudicar os alunos, caso a greve seja deflagrada, especialmente os que moram em outras cidades.
A pauta de reivindicações é composta por cinco eixos: reajuste salarial de 22,71% (7,06% em 2024; 9% em janeiro de 2025; e 5,16% em maio de 2026), ajuste nos orçamentos das IFES, garantias aos aposentados, planos para a carreira e revogação de medidas aprovadas no governo Bolsonaro, consideradas arbitrárias pela categoria.
O presidente da Aduf-PB, Cristiano Bonneau, destacou que a categoria está disposta a negociar com o Governo Federal, desde que alguns pontos cruciais sejam levados em consideração. “Não aceitaremos, de forma alguma, que o ano de 2024 seja de zero reajuste. E também precisamos incluir os aposentados, que não obtiveram qualquer compensação diante do aumento dos benefícios concedidos. Esse é um posicionamento não só da UFPB, mas de todas as universidades e institutos federais. Esperamos que o governo tenha uma olhar sensível para a educação e para quem se dedica a ela”, ressaltou.
Cerca de 130 universidades e institutos federais brasileiros estão em greve. Os níveis de paralisação, entretanto, variam. Aqui no estado, os professores e técnicos-administrativos do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) estão em greve desde o início de abril. Já na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), apenas os servidores decidiram pela paralisação, há pouco mais de dois meses.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 24 de maio de 2024.