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Uso da internet cresce e chega a 87,7% das casas

publicado: 10/11/2023 08h44, última modificação: 10/11/2023 08h44
IBGE mostra que, em 2017, apenas 69.2%% tinham recurso em domicílio
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Hoje em dia não tem como visualizar alguns serviços sem a internet, declara professor - Foto: Roberto Guedes

por Iluska Cavalcante*

O número de pessoas com acesso a internet cresceu na Paraíba. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 87,7% da população tinha acesso ao recurso em 2022. O percentual cresceu se comparado ao ano anterior, quando 84,3% dos paraibanos eram incluídos na rede mundial de computadores. Os indicadores foram divulgados, ontem, através do módulo de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD C).

O crescimento de pessoas com acesso a internet é ainda maior quando observado sob a ótica dos últimos cinco anos. Em 2017, apenas 69,2% dos paraibanos tinham o recurso em suas residências, um aumento de 18,5 pontos percentuais.

A Paraíba atingiu a média do Nordeste, que foi de 87,8%, mas ficou um pouco abaixo da média nacional (91,5%). Em nível regional, o Estado ficou atrás do Maranhão (93,9%), Sergipe (93,3%), Rio Grande do Norte (93,3%), Bahia (92,6%) e Ceará (90%).

De acordo com o professor do Centro de Informática da UFPB, Carlos Eduardo Batista, os números refletem uma expansão da rede de celular

De acordo com o professor do Centro de Informática da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Carlos Eduardo Batista, os números refletem uma expansão da rede de celular. “Temos, hoje em dia, rede de celular com maior capacidade de transmissão, além de ter um preço mais baixo relativo a este acesso. E esse, com certeza foi o fator principal para esse aumento”.
Na opinião do especialista, o acesso democratizado e de qualidade da internet é um dos pilares para o desenvolvimento do Estado. “A internet é, sem dúvidas, um meio de comunicação importantíssimo. Um povo que se comunica mais, ele se educa mais, faz mais negócios. Hoje em dia você não tem como visualizar alguns serviços sem o suporte da internet”, enfatizou.

Por outro lado, segundo a avaliação do professor, apesar da expansão que ocorreu nos últimos anos na Paraíba, ainda há espaço para melhorias quando o acesso à internet é comparado em nível nacional e mundial. “Por mais que a gente tenha esse crescimento com relação ao volume de acesso, ainda temos uma qualidade no serviço que cabe melhorias. Nesse sentido, a gente precisa de investimentos em relação à melhoria dos equipamentos que dão suporte a essas redes, para que elas possam dar vazão ao maior número de informações e ter um maior número de cobertura”.

Celular é o principal equipamento utilizado

Nos lares paraibanos em que havia utilização da internet, o tipo de conexão mais presente era a banda larga fixa (91,3%), enquanto a banda larga móvel, que é referente a 3G, 4G e 5G, era comum a 66,9%. As residências com banda larga fixa e móvel representavam 58,2%, número inferior à média do país (67,8%), mas superior à da região (55,3%).

O rendimento médio mensal domiciliar per capita, nos domicílios da Paraíba em que havia utilização da internet, era de R$ 1.143, cerca de 55,3% maior que o observado naqueles em que isso não ocorria (R$ 736).

Ainda, segundo a pesquisa, em 9,7% dos lares paraibanos em que a internet era utilizada, existia algum tipo de dispositivo inteligente, ou seja, que poderia ser acessado pela rede, a exemplo de câmeras, caixas de som, lâmpadas, ar-condicionado e geladeira. A média nacional foi de 14,3%.

Já em relação à faixa etária, o uso era mais comum entre aqueles que tinham de 20 a 24 anos (96,8%); seguidas pelas de: 25 a 29 anos (95,3%); 30 a 39 anos (95,2%); 14 a 19 anos (94,5%); e 40 a 49 anos (87,1%). Os menores percentuais foram constatados nos grupos de 10 a 13 anos (85,1%); 50 a 59 anos (78,2%); e 60 anos ou mais (48,7%). Na comparação com 2021, todas as faixas etárias apresentaram aumento na participação de pessoas que utilizavam a internet.

O celular foi o principal equipamento utilizado para isso (99,2%), seguido pela televisão (37,9%); pelo microcomputador (24%) e pelo tablet (5,6%). Aqueles que informaram não utilizar a internet apontaram como principal causa não saber acessar a rede (62,6%), seguidos por 16% que não acham o equipamento necessário e 13,8% que consideram caro.

A minoria alegou falta de tempo (2,1%); preocupação com privacidade ou segurança (1,5%); e da indisponibilidade do serviço de acesso nos locais que costumavam frequentar (0,8%). Cerca de 3,1% indicaram outros fatores.

Streaming de vídeo

O aparelho de televisão estava presente em cerca de 94,2% dos domicílios paraibanos. Porém, somente em 26,2% desses havia acesso a serviço pago de streaming de vídeo. Em 2022, conforme a PNAD Contínua TIC, a proporção foi a menor do país, bem inferior à constatada na média nacional (43,4%). Esse indicador faz parte de um novo quesito, incluído na última edição do levantamento.

Além disso, o estado também apresentou o menor percentual, entre todas as unidades da Federação, de residências, com televisão, em que havia acesso a serviço de TV por assinatura. A proporção de 10,5% corresponde a menos da metade da observada na média brasileira (27,7%).

Nesses casos, o principal motivo apresentado para a ausência desse serviço foi o de que não havia interesse (54%), razão que ganhou força no comparativo com 2016 (42%). Em seguida estavam “era caro” (35,9%) e a indisponibilidade na área do domicílio (0,9%). Aproximadamente 9,3% indicaram outro fator como causa.

Por outro lado, a Paraíba registrou o 2o maior percentual do país de lares em que havia aparelho de rádio (64,9%), atrás apenas do verificado no Rio Grande do Sul (71,6%). Em 2022, ano de referência da pesquisa, o rádio completou 100 anos no país.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 10 de novembro de 2023.