O Ministério de Portos e Aeroportos lançou ontem a primeira fase do programa Voa Brasil, que oferecerá passagens aéreas por até R$ 200 em cada trecho. A fase inicial vai disponibilizar três milhões de passagens para aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), independentemente da faixa de renda.
Para comprar as passagens mais baratas, o aposentado não deve ter viajado de avião nos últimos 12 meses. Cada beneficiário terá direito a dois bilhetes aéreos por ano.
Segundo o ministério, mais de 23,3 milhões de aposentados terão direito ao benefício. A compra é feita diretamente pelo site: gov.br/voabrasil, com a conta do Gov.br. A conta precisa ser nível prata ou ouro, para garantir mais segurança ao processo. Quem tem conta bronze deve elevar o nível da conta, com a inclusão de dados pessoais e reconhecimento facial.
Quem não atender aos critérios não conseguirá fazer o login no site. Ao localizar a passagem desejada no site, o usuário é direcionado para a página da companhia aérea para realizar a compra. As empresas Azul, Gol, Latam e VoePass participam do programa.
Segundo o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, a ideia do governo é expandir o programa para estudantes inscritos no Programa Universidade para Todos (Prouni) e no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). A previsão é que a oferta para esse público comece no primeiro semestre de 2025. “Esse é o primeiro passo para incluir mais brasileiros viajando pelo Brasil”, disse.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou os benefícios do programa para a população, especialmente para a saúde. “Para combater depressão e ansiedade, não há nada melhor do que sair, conhecer outras pessoas, visitar pessoas queridas, família, amigos e conhecer o Brasil, esse país fascinante”.
Ociosidade
A adesão das companhias aéreas será voluntária e não há recursos públicos envolvidos no programa. O CEO da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, explicou que a ideia é aproveitar a ociosidade das aeronaves na baixa temporada.
“Cada voo que nós temos tem assentos vazios. Então, temos a oportunidade de incluir mais pessoas, e isso não quer dizer que as outras pessoas terão que pagar mais, mas elas precisam se planejar, comprar com antecedência e não podem voar nos feriados. Os aposentados são um público mais flexível, não têm emprego, então podem viajar quando não é o pico. Isso é quando a indústria quer que as pessoas viajem”, disse.
Atualmente, de janeiro a junho, a taxa média de ociosidade das aeronaves é de 20%.
Segundo o secretário nacional de Aviação Civil, Tomé Franca, apenas 2% da ocupação nas aeronaves brasileiras é de pessoas com mais de 65 anos de idade, sendo que a população brasileira nessa faixa etária é de 10% do total. “O nosso trabalho foi reunir esse conjunto de disponibilidade de passagens no período de baixa estação e na ociosidade das aeronaves, que chega a 20%”, explicou.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 25 de julho de 2024.