Professores, estudantes, políticos, representantes de grupos e movimentos sociais se reuniram, ontem, durante um ato público em solidariedade ao povo palestino – que vem sofrendo drasticamente com a guerra entre Israel e Hamas. O evento aconteceu no Parque da Lagoa, em João Pessoa, e contou com o apoio da Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (Adufpb).
Por volta das cinco da tarde, os manifestantes estenderam uma bandeira da Palestina (país que divide a Faixa de Gaza e a Cisjordânia), e entoaram canções pedindo o fim da guerra e a liberdade para a sua população. Além de mobilizar a população para refletir sobre os efeitos severos da guerra – que, há mais de um mês, toma conta do Oriente Médio –, o principal objetivo da manifestação, segundo informou Fernando Cunha, secretário-geral da AdufPB, é pedir um cessar-fogo imediato.
“Estamos aqui, junto a outros atos que estão acontecendo no Brasil e mundo afora, para pedir que o governo brasileiro pressione o Estado de Israel para acabar com o massacre em Gaza. Não se trata de uma defesa específica de quem está lutando. Falamos da defesa das crianças, dos civis, do povo palestino em geral. Não podemos nos calar diante de tantas mortes”, afirmou Fernando Cunha, um dos organizadores do ato.
Ao todo, mais de 11 mil pessoas, segundo informações oficiais, já morreram vítimas da guerra em Gaza. Para o pesquisador e historiador Valdivan Ferreira de Figueiredo, a guerra marca uma disputa por território e, por isso, a defesa da Palestina é importante. “Somente o cessar-fogo vai garantir o estabelecimento da paz”, reiterou.
Durante o ato, várias pessoas utilizaram o microfone, que foi aberto ao público, para proferir palavras de ordem contra o posicionamento do governo israelense, cobrar medidas do governo brasileiro, das Organizações das Nações Unidas (ONU), que viabilizem o fim dos conflitos no Oriente Médio.
A professora do Departamento de Direito Privado do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Lorena de Melo Freitas, participou da manifestação e destacou que esses conflitos refletem uma continuação da guerra do imperialismo, que, segundo ela, se arrasta há anos.
“Desde o (período) pós-Primeira Guerra, no contexto da distribuição entre Reino Unido e França e demais países daquele território, que determinadas regiões sofrem com as bases desse processo imperialista que se perpetua, com mais essa guerra, considerada mais um triste capítulo da humanidade, causando o genocício do povo palestino”, pontuou a professora enquanto levantava a bandeira palestina e bradava, junto a outros participantes, pelo fim da guerra.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 09 de novembro de 2023.