Uma dia para celebrar a democracia. Foi desta forma, que centenas de pessoas comemoraram o 8 de janeiro. Movimentos de diversos seguimentos da sociedade participaram de um ato em defesa do país, da liberdade, ontem. O ponto de encontro para festejar foi o Parque Solon de Lucena, no Centro da Capital da Paraíba. Crianças, jovens, adultos e idosos gritavam palavras como liberdade, democracia, justiça, resistência, luta e direito.
O ato teve como objetivo recordar o 8 de janeiro, de 2023, quando extremistas políticos realizaram diversos ataques de vandalismos e terrorismo contra repartições públicas federais, com a finalidade de promover um golpe de Estado. Lurdes Teixeira, membro da Marcha da Negritude Unificada da Paraíba, recorda os tristes eventos contra a democracia ocorridos em Brasília. Para a militante, que luta pela reparação e equidade racial, a população jamais deve esquecer aquele 8 de janeiro de 2023, uma dia classificado por ela, como capítulo triste da democracia.
“A importância desse ato hoje, que representa para nós, após um ano de uma situação de extremismo político que acabou marcando o capítulo na história do Brasil, então, esse dia de hoje é para não ser esquecido, tal qual a ditadura, que foi uma grave violação à nossa democracia, que o povo brasileiro não esqueça que esse dia tem que ser celebrado pelo que nós conseguimos. Todos da extrema direita presos, a democracia restabelecida, porque o Brasil é um país democrático. A importância dessa data vai entrar para a história e os que fizeram a resistência devem ser registrados como heróis dessa resistência”, desabafou Lurdes Teixeira.
Entre os movimentos sociais e políticas que participam do ato, estavam Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Comunista do Brasil (PC do B), Rede, Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Marcha da Negritude Unificada da Paraíba, movimentos estudantis, sindicatos de trabalhadores e demais entidades, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT). De acordo com o presidente da entidade, Tião Santos, a data é um momento para comemorar a vitória contra o radicalismo político e tentativa de golpe contra a democracia brasileira. O encontro entre movimentos sociais e centrais sindicais é um ato em defesa do Brasil e pra todos, respeito o direito de todos os cidadãos.
A importância desse movimento sindical, das centrais sindicais e dos movimentos sociais, hoje, é celebrar a vitória da democracia, que poderia ter sido tomada pelos golpistas - Tião Santos
“A importância desse movimento sindical, das centrais sindicais e, principalmente, dos movimentos sociais, hoje, é festejar e celebrar a vitória da democracia que poderia ter sido tomada pelos golpistas, pelos fascistas e nós, do movimento social e do movimento sindical, nos fortalecemos diante dessa unidade da sociedade, dos movimentos, em defesa da nossa democracia, porque fomos nós que lutamos para termos um sistema democrático, um sistema que pudéssemos expressar nossas opiniões, que a população pudesse reivindicar suas pautas. E vamos deixar, não poderíamos deixar de comemorar nesse momento essa vitória que foi a derrota do fascismo em dar o golpe, tentar dar o golpe no governo, não só no governo Lula, mas também na democracia”, Tião Santos, presidente da CUT.
Entre cada discurso dos representantes, os membros sempre lembravam que os atos ocorridos em Brasília, são semelhantes ao golpe de estado, durante os anos “1960”, no período da ditadura militar. A tentativa da invasão à sede da Polícia Federal, o carro bomba no aeroporto de Brasília e os ataques ao Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, demonstram a força do extremismo político existente no país. Desta forma, o vereador Marcos Henriques (PT), destaca que o povo brasileiro jamais deve esquecer dessa tentativa macabra de golpe de Estado contra o Estado de Direito, com a finalidade de cercear os princípios e garantias constitucionais estabelecidas pela Constituição do Brasil.
“É para que nunca se esqueça da tentativa de golpe que teve no nosso país. É para que nunca se esqueça que a democracia foi conquistada com muito suor e muito sangue de muitos que morreram e que o perigo estava iminente, estava sendo tudo gestado não no dia 8, o dia 8 foi apenas um dos momentos, um dos atos dessa peça macabra que começou inclusive no dia 24, quando queriam explodir um carro cheio de combustível no posto de gasolina. Outro ato macabro foi aquele ataque, a Polícia Federal. E, paralelo a isso, estava se criando na caserna algum tipo de complô. Ainda bem que as Forças Armadas não embarcaram totalmente. Houve divergência. E essa parte minoritária das Forças Armadas precisa ser punida, como também os empresários que financiaram o golpe aqui no nosso país. Então estou muito feliz por estar aqui comemorando o fortalecimento da democracia, o fortalecimento do Executivo, do Judiciário, do Legislativo. Só assim a gente constrói uma nação forte com os poderes constituídos fortes”, afirmou Marcos Henriques.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 09 de janeiro de 2024.