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Entidades paraibanas realizam a primeira “Caminhada do Silêncio” em João Pessoa

publicado: 02/04/2024 09h20, última modificação: 02/04/2024 09h20
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Caminhada percorreu ruas do Centro e homenageou as vítimas mortas ou desaparecidas na Paraíba durante a ditadura | Foto: Ortilo Antônio

por Paulo Correia*

Em memória aos 60 anos de golpe civil-militar no Brasil, o Memorial da Democracia da Paraíba, vinculado à Fundação Casa de José Américo (FCJA), juntamente com o Comitê Paraibano Memória, Verdade e Justiça (CPMVJ), realizaram, ontem, a primeira “Caminhada do Silêncio - Ditadura Nunca Mais!”. O evento teve como objetivo lembrar e homenagear as vítimas mortas ou desaparecidas, assim como reivindicar a responsabilidade do Estado brasileiro nos crimes cometidos neste período.

A caminhada saiu da sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PB) e foi até o Parque Sólon de Lucena, localizado no centro da capital paraibana. A concentração da caminhada, iniciada às 15h, teve a participação do grupo cultural Pife Parahyba, além das falas de familiares de mortos e desaparecidos e representações de instituições que apoiaram o evento.

Evento
A concentração da caminhada, iniciada às 15h, teve a participação do grupo cultural Pife Parahyba, além das falas de familiares de mortos e desaparecidos

José Calistrato Cardoso, coordenador do CPMVJ, destacou a importância da data na construção de uma consciência crítica da sociedade sobre o momento de autoritarismo político do regime militar. “É preciso ir criando consciência na população, consciência das pessoas, que só numa luta, mais concreta, uma luta de resistência, é que é capaz de sair desse marasmo, dessa miséria que as pessoas vivem”.

O presidente da Comissão Municipal da Verdade, Rodrigo Freire, enfatizou a importância da caminhada, como uma forma de compreender o passado, para construção de um futuro melhor. Para Freire, “um ato como esse na verdade não se trata de remoer o passado. Na verdade, é uma ação no presente, de pensar criticamente o passado, visando construir um futuro democrático. A gente não vai ter uma sociedade democrática, nem no presente, nem no futuro, se não superarmos esse passado que continua presente”.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 02 de abril de 2024.