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do litoral ao cariri

Eventos astronômicos chamam a atenção de paraibanos

publicado: 18/10/2024 08h51, última modificação: 18/10/2024 08h51

por Emerson da Cunha*

A Superlua, a última de 2024, pôde ser vista ontem já por volta das 17h30, no céu de JP | Foto: João Pedrosa
A Superlua, a última de 2024, pôde ser vista ontem já por volta das 17h30, no céu de JP | Foto: João Pedrosa

O aniversário de Karina Almeida aconteceu no dia 13 de outubro, domingo passado, mas ela deixou para comemorar, em um luau, na noite de ontem. Aliás, poderia ser chamado de um “superluau”, já que Almeida havia marcado as comemorações na praia, nessa data, porque sabia do fenômeno da Superlua, momento astronômico em que a lua cheia se agiganta aos nossos olhos e ganha outras variações de cores para além da branca mais comum.

“Eu sou apaixonada pela lua, tenho uma relação muito íntima, faço questão de fazer caminhadas sob a lua cheia. Quando eu vi que a maior Superlua do ano aconteceria na semana do meu aniversário, fiz questão de aguardar um pouco para trazer minha família, reuni-la e curti-la, fazer um dia especial. Estou aqui desde cedo, e foi muito mágico, ela estava linda, maravilhosa, parecia uma bola de fogo. Sempre tive vontade de fazer, é difícil por conta da logística, mas fiz questão. Não abriria mão, são meus 45 anos, e eu fiz questão de comemorar dessa forma”, celebra Almeida.

A Superlua pôde ser vista ontem já por volta das 17h -17h30, principalmente por quem estava na praia. A Superlua é a junção de dois fatores astronômicos, segundo explica o astrônomo amador e presidente da Associação Paraibana de Astronomia, Marcelo Zurita. “Primeiro, é o que a gente chama de perigeu lunar. É o momento em que a lua, na sua órbita elíptica ao redor da Terra, está mais próxima do nosso planeta. Quando ela está 100% iluminada, ocorre quando a lua está próxima ao perigeu, temos o que é chamado de Superlua. Entre os astrônomos, nós chamamos basicamente de lua cheia no perigeu. Ocorre de duas a três vezes no ano, geralmente”, detalhou Zurita.

A passagem do chamado “cometa do século” teve registro fotográfico na cidade de Taperoá | Foto: Felipe Sérvulo/Colaboração
A passagem do chamado “cometa do século” teve registro fotográfico na cidade de Taperoá| Foto: Felipe Sérvulo/Colaboração

Cidades do interior do estado registram passagem de cometa

Além da Superlua, os últimos dias também foram testemunhas de outro fenômeno astronômico: a passagem do cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan–ATLAS), ou o chamado “cometa do século”, pois as previsões diziam que ele seria, até então, o mais brilhante a surgir no céu desde o Hale Bopp, de 1997. Ao longo das cidades paraibanas, foram feitas uma série de registros da passagem do cometa. Entre elas, estão as imagens do fotógrafo Felipe Sérvulo, realizadas na cidade de Taperoá, no leito do açude Manoel Macionilo.

“Nos dias 19 e 20, o cometa começou a surgir no horizonte oeste, ao pôr do sol, e a gente começou a preparar as câmeras para registrá-lo. A gente se direcionou ao açude Macionilo, em Taperoá, e conseguimos fazer esses registros. A cauda desse cometa surpreendeu a nós, astrônomos, porque é bem grande e, no registro, ficou bem bacana. Eu sempre acompanho esses eventos astronômicos para fotografar também. Escolhemos o açude porque é afastado da cidade, tem menos poluição luminosa e fica uma foto de composição boa. A gente conseguiu pegar a Serra do Pico, aqui em Taperoá, juntamente com o cometa. Estimamos entre 80 mil anos e 250 mil anos a última vez que ele passou aqui pela Terra”, disse Sérvulo, que realizou registros nos dias 14 de outubro, às 18h10, e 15 de outubro, às 18h20.