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homenagem à orixá

Festa de Iemanjá tem caminhada e apresentações culturais

publicado: 09/12/2025 09h09, última modificação: 09/12/2025 09h09
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Parte da programação aconteceu na Praia de Tambaú | Foto: Evandro Pereira

por Pedro Alves*

A 59ª edição da tradicional Festa de Iemanjá, em João Pessoa, ocorrida ontem (08), teve uma programação extensa, cercada de fé, adoração, emoção, perpetuação cultural e muita manifestação artística. Os festejos começaram às 16h, na frente do Palácio Xangô Alafim, em Cruz das Armas, sob a condução do babalorixá Pai Gilberto.

Após a concentração, foi iniciada a grande caminhada, com a presença de dezenas de fiéis, em homenagem a Iemanjá — orixá feminina africana, cultuada no Candomblé e na Umbanda, conhecida como a “Rainha do Mar”. Ela é mãe de todos os orixás e divindade da água, dos rios e da fertilidade.

“Antes, tinha muito mais preconceito do que atualmente [com as religiões de matriz africana], e a caminhada surge num contexto de mostrar, para quem não entra na nossa casa, o que nós somos — e que não temos nada a ver com o que falam de nós. Precisamos de paz no mundo”, comentou Pai Gilberto.

“A religião de matriz africana tem um dia para chamar de seu, e isso é muito importante. É um grito de glória e de luta, que começa no dia 7 e estende-se até o dia 8. No momento em que ampliamos a programação da Festa de Iemanjá, isso mostra nosso papel, nossa força e nosso trabalho”, avaliou Pai Elialdo, que esteve sobre um trio elétrico, animando os fiéis durante o percurso.

Enquanto a caminhada acontecia nas ruas da capital, a agenda na orla da Praia de Tambaú, próximo ao Busto de Tamandaré, teve início às 17h, com atividades artísticas e presenças religiosas. A primeira atração foi um grupo de capoeira, seguido por um show do grupo local Coco Juremar, tocando vários cocos de roda e colocando o público presente para dançar.

A partir das 19h, lideranças de religiões de matriz africana, como Mãe Sarita — do Templo Religioso Aloya, que fica em Pedro Régis — e Pai Geo — do Centro Espírita Mãe Iemanjá, de Alagoa Grande — subiram ao palco para exaltar a orixá e lançar palavras de fé para os espectadores.

Perto das 20h foi realizada a abertura oficial da festa, com Mãe Penha de Iemanjá, a presidente da Federação dos Cultos Afro-brasileiros do Estado da Paraíba (FCAB-PB), que discursou no palco. Logo em seguida, houve uma queima de fogos ao som do Grupo Afoxé Oxum.

Por volta das 20h30, os participantes da caminhada, liderados por Pai Gilberto, chegaram ao Busto de Tamandaré e reuniram-se com os fiéis que já estavam no local. A partir daí, a programação artística foi retomada, com o Maracatu Maracastelo e o Grupo Voz Nagô, que encerrou a comemoração dedicada a Iemanjá.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 9 de dezembro de 2025.