O grupo Occean pretende começar a reforma do Hotel Tambaú, estimada em cerca de R$ 100 milhões, no primeiro trimestre do próximo ano. Essa foi a previsão de Ruy Gaspar, diretor e sócio-proprietário do grupo, em entrevista ao jornal A União na noite de ontem (11).
O grupo empresarial que ele representa venceu a disputa no Judiciário contra a Ampar Hotelaria e Rui Galdino na tarde de ontem. A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou, por unanimidade, o recurso apresentado em conjunto pela Ampar e Galdino, que reivindicavam a propriedade do meio de hospedagem.
“Desde que a gente ganhou por cinco a zero, a gente sabia que os embargos de declaração [tipo de recurso] eram só uma protelação”, disse Gaspar. Em maio deste ano, o STJ já havia proferido uma decisão favorável, mas a outra parte no processo ainda podia questionar. “A partir daí, a gente começou a trabalhar. A gente contratou esse escritório que está trabalhando em alguns projetos arquitetônicos para a gente poder dar entrada nos órgãos de João Pessoa e da Paraíba”, completou.
Apesar de longa, ele disse que a disputa judicial com o grupo paraibano foi limpa. “Foi uma disputa extremamente sadia, natural entre dois grupos que tinha o desejo de adquirir esse diamante, que é uma joia que está precisando ser lapidada. Esse hotel é um patrimônio mundial”, definiu.
Agora, o grupo empresarial vencedor precisa receber a carta de arrematação para iniciar, de fato, a revitalização do Hotel Tambaú. Gaspar espera contar também com a celeridade do Poder Público local para aprovação dos projetos. “Só vamos começar com tudo aprovado nos órgãos regulatórios. A gente sabe que está chegando o final do ano, tem janeiro, o Carnaval. Isso tudo pode dificultar um pouco mais. Vamos supor que tudo que estou imaginando dê certo, a gente pode começar isso depois do Carnaval ou na primeira semana de março”, previu.
Memória do caso
Em outubro de 2020, o Grupo Occean (AG Hotéis e Turismo S/A), do Rio Grande do Norte, arrematou o Hotel Tambaú por R$ 40 milhões. Mas a desistência da aquisição deu direito ao segundo colocado, Rui Galdino. Ele também desistiu, pois a sua proposta havia sido de apenas R$ 15 milhões.
Em 2021, um novo leilão foi realizado no estado do Rio de Janeiro. O grupo Occean arrematou o Hotel Tambaú, agora, por R$ 40,6 milhões. Galdino afirmou que tentou dar um lance virtualmente, mas o sistema não permitiu. Depois disso, Galdino pediu a validade do primeiro leilão judicialmente.
O Judiciário deu a posse do emblemático hotel paraibano a Galdino, que, nesse momento, tinha o aporte financeiro da Ampar Hotelaria e conseguiu pagar os R$ 40 milhões. Dessa vez, o grupo Occean foi ao Judiciário para manter a validade do segundo leilão.
A disputa chegou ao STJ em 2024. Relatado pelo ministro Marco Buzzi, a matéria foi julgada favoravelmente ao grupo empresarial potiguar em maio deste ano. Com a rejeição aos embargos da parte da Ampar e Rui Galdino, a decisão de seis meses atrás foi confirmada.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 12 de novembro de 2025.