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João abre o 38º Salão do Artesanato

publicado: 07/06/2024 08h57, última modificação: 07/06/2024 08h57
Evento do Governo do Estado, que segue até o dia 30 de junho, deve gerar mais de R$ 3 milhões em negócios
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O governador João Azevêdo ressaltou a grandiosidade do evento que fomenta a economia criativa e gera emprego e renda no estado - Foto: Francisco Franca

O governador João Azevêdo abriu, ontem, o 38o Salão do Artesanato Paraibano, em Campina Grande, que tem como tema “A arte de quem vive da fé”, uma homenagem aos artesãos santeiros. Na ocasião, o gestor também autorizou o lançamento do edital Artesanato Vivo que investirá R$ 600 mil na valorização da produção artesanal.

O Salão do Artesanato de Campina Grande segue até o dia 30 de junho em uma grande estrutura montada na Avenida Brasília, local estratégico da cidade que realiza o maior São João do Mundo e recebe um grande fluxo de turistas. A estimativa é de que mais de 90 mil pessoas passem pelo local e mais de R$ 3 milhões sejam gerados em negócios.

 Na ocasião, o chefe do Executivo estadual ressaltou a grandiosidade do evento que fomenta a economia criativa. “O artesanato é cultura, é história, mas também é um segmento econômico que gera emprego e renda. São mais de 500 artesãos fazendo negócios e espero que tenhamos um Salão extremamente alegre, com cultura popular, música, dança, e a nossa meta é fazer um evento maior do que o do ano passado, colocando o artesanato em um outro patamar”, frisou.

 A primeira-dama do Estado e presidente de Honra do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Ana Maria Lins, desejou boas vendas e muitas encomendas aos artesãos. “Além de muitas peças bonitas, teremos apresentações culturais e o melhor da gastronomia nordestina. Tudo preparado com muito carinho para nossos visitantes e para os nossos expositores. Eu agradeço a todos os nossos parceiros, em nome do Sebrae, e a todos os órgãos do governo envolvidos no Salão e eu tenho certeza de que teremos um evento abençoado”, declarou.

 O vice-governador Lucas Ribeiro destacou a importância da realização do evento em um momento de grande movimentação na cidade. “Os artesãos fazem uma renda importantíssima neste mês. Eu parabenizo toda a equipe do Programa do Artesanato Paraibano pela dedicação e por entregar um espaço tão bonito. No maior São João do Mundo vamos fazer o maior Salão do Artesanato do mundo”, comentou.

 O ministro em exercício do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Tadeu Alencar, parabenizou o Governo da Paraíba pela organização do evento e pela valorização da cultura popular. “Eu fico feliz, porque a Paraíba tem uma gestão sensível com a cultura, que permite uma feira tão grandiosa. O artesanato é uma demonstração da expressão da cultura popular do Nordeste e do país e, por isso, estamos estabelecendo uma política nacional para o segmento, qualificando o trabalho dos artesãos e expandindo o mercado em níveis nacional e internacional”, pontuou.

 “Esse é um momento especial para os artesãos paraibanos e eu agradeço ao governador João Azevêdo pelas ações administrativas em Campina Grande, a exemplo do Salão do Artesanato, que está belíssimo, fazendo uma Paraíba melhor e mais justa para todos”, disse o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino.

 A gestora do PAP, Marielza Rodriguez, celebrou o sucesso da abertura do Salão do Artesanato. “O evento cresceu muito, tivemos um recorde de inscrições e nosso espaço físico, que foi de 4 mil m2 no ano passado, aumentou para 5.200 m2 neste ano. Nós teremos uma vasta programação folclórica, muitas novidades em termos de design com produtos inovadores para o Salão e uma ambientação do arquiteto Rosemildo Jacinto, fazendo uma alusão aos nossos santeiros. Nós temos artesãos de todas as regiões do estado, chamando a atenção para a arte santeira, uma tradição que passa de pai para filho e todos os visitantes do Salão vão conhecer um pouco dessa história”, salientou.

Homenageado no Salão do Artesanato, o santeiro Chico Diniz evidenciou a alegria de ter seu trabalho reconhecido. “Eu aprendi essa arte com a minha mãe e estou dando sequência ao que ela me ensinou. Eu agradeço por ser homenageado em vida, quero repassar essa arte para outras pessoas para manter essa tradição viva e é muito bom saber que temos o apoio do governo”, celebrou.

 O Salão está aberto ao público das 15h às 22h. A entrada é gratuita, mas os visitantes podem exercer a solidariedade com a doação de 1 Kg de alimento não perecível. Todos os produtos  arrecadados com o Projeto Salão Solidário serão destinados aos artesãos do Rio Grande do Sul, que sofrem as consequências das chuvas que têm atingido aquele estado.

Evento reúne mais de 500 expositores

por Marcella Alencar*

Com o tema “A arte de quem vive da fé”, o evento reúne mais de 500 expositores dos mais diversos materiais e com as mais diversas histórias que são contadas a partir principalmente dos santos, que ganharam ênfase nesta edição do evento, mas também a partir de outras peças que compõem o ambiente do maior salão de artesanato realizado até então em Campina Grande.

O evento, além de tudo, também forneceu alimentação e alojamento para artesãos que vêm de fora. São 150 leitos disponibilizados, com cozinha e toda a logística necessária para acolher os artesãos.

A mestre artesã Maria do Socorro Lima, tradicional bonequeira, de Remígio é uma das artesãs que vende suas peças no evento: “Para mim, é uma grande alegria estar aqui, a gente faz amizades, ganha uma renda e passa nosso empreender e nosso conhecimento para outras pessoas”. A artesã começou a produzir aos sete anos e vende para as duas feiras, além de sempre receber encomenda de outros estados.

Para além do artesanato, o Salão também contará com atrações culturais diariamente durante os 24 dias de evento. As apresentações de grupos folclóricos, quadrilhas e artistas locais podem ser contempladas na praça de alimentação do evento, que foi ampliada para esta edição. É lá onde também é possível encontrar comidas típicas, cachaças paraibanas e queijos regionais, como o queijo de cabra. Toda a estrutura do evento é montada levando em consideração quatro pilares que a gestora do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Marielza Rodrigues, considera fundamentais. “A gente tem a preocupação de tornar esse evento economicamente viável, socialmente justo, ecologicamente correto e preservar a cultura”, enfatizou.

Dentre as ações realizadas neste ano, que ajudaram a construir esta edição do Salão de Artesanato, está a capacitação das crocheteiras e rendeiras na oficina criativa ministradas no Sebrae, parceira do PAP. As capacitações foram ministradas por dois renomados designers: Sérgio Matos, em Campina Grande e Renato Imbroisi, em Monteiro. Marielza relembra a importância dessas capacitações para a composição do ambiente do evento: “Eles vieram e montaram uma coleção de crochê para a ambientação, sempre preocupados com a preservação e a inovação, porque o gerar renda é importante, mas na hora que a gente está gerando renda para o artesão, a gente também está preocupada com inclusão e cidadania, com preservação ecológica, porque muitos deles trabalham com materiais que iam ser jogados fora”, comentou. O resultado dessas oficinas poderá ser conhecido nesta edição do evento.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 07 de junho de 2024.