Depois de uma reforma e restauro no valor aproximadamente de R$ 3,2 milhões, e que durou 18 meses, o Governo do Estado reinaugurou o Teatro Santa Roza, em João Pessoa. A intervenção integra um amplo projeto de revitalização do Centro Histórico da capital.
Artistas da dança, música, circo, do repente e, claro, do teatro celebraram a noite de ontem em vários atos e diferentes espaços do segundo teatro mais antigo da Paraíba.
O prédio deve passar por uma segunda etapa de reforma a ser licitada pela Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan).
Para o governador do Estado, João Azevêdo, é fundamental reabrir esse equipamento cultural para a população. “É mais um espaço que estava fechado, precisando de manutenção e que a gente abre para oferecer condições de ter espetáculo. Além dos cursos que serão realizados, fomentar o surgimento e a descoberta de novos artistas é fundamental. A gente estava sentado na plateia e estava recebendo pedido de reserva de pauta”, declarou.
Apesar da reabertura, os espetáculos só deverão retomar o palco regularmente a partir de outubro. Segundo a Fundação Espaço Cultural (Funesc), órgão gestor do equipamento cultural, a possibilidade de reservas para apresentações (ocupar a pauta do teatro) será aberta em setembro para o agendamento nos últimos três meses do ano.
Conforme a presidente da Funesc, Bia Cagliani, não houve tempo para coordenar a abertura das pautas com a reinauguração. “Para a gente da Fundação, a informação da entrega veio do fim de julho”, informou. A obra de reforma e restauro estava sob responsabilidade da Suplan.
Os dias restantes de agosto serão usados para os retoques finais. “Tem uma etapa que concerne à Funesc, que é a reinstalação da iluminação cênica, de sonoplastia. Tudo isso demanda um tempo. Então, já vamos usar o mês de agosto”, completou Cagliani. Por enquanto, somente as atividades da Escola de Dança do Teatro Santa Roza voltam ao prédio.
Patrimônio de 135 anos
De acordo com a presidente da Funesc, muitos pontos do prédio tiveram que passar por restauro, um trabalho meticuloso para renovar as estruturas sem retirar as características originais da edificação, que é patrimônio histórico paraibano e brasileiro. “A fachada, basicamente, foi toda restaurada, a gente teve a nossa fonte restaurada, o madeiramento dos camarotes também”, declarou.
O diretor técnico da Suplan, Luiz Rabelo, falou de uma nova etapa da reforma e restauração. “Estamos no processo licitatório de uma segunda etapa, que compreende a área externa lá no subsolo anexo ao prédio principal do teatro”, afirmou.
Para o ator e diretor paraibano Edilson Alves, o retorno das atividades do segundo teatro mais antigo da Paraíba, cuja inauguração ocorreu em 3 de novembro de 1889, (o mais velho é o Teatro Minerva, em Areia, inaugurado em 1859) é uma felicidade especial. “É uma reforma parcial, mas quando se tem o anúncio de que, a partir de setembro, as pautas estarão abertas, e a gente sabe perfeitamente que o Santa Roza é o berço, a mãe, o carinho, o afeto de todo artista da cidade, então, só pelo fato de a gente estar podendo pisar novamente aqui, acho que já é de uma grande importância”, comentou.
A solenidade de reabertura do Teatro Santa Roza foi prestigiada também pelo secretário da Infraestrutura e dos Recursos Hídricos (Seirh), Deusdete Queiroga; pela presidente da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), Naná Garcez; pelo vice-prefeito de João Pessoa, Léo Bezerra; e pelos deputados estaduais João Gonçalves e Eduardo Carneiro, bem como por diversas personalidades da cena cultural paraibana.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 14 de agosto de 2025.