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luto na imprensa

Jornalista Anchieta Maia morre aos 74 anos, em João Pessoa

publicado: 05/11/2025 08h21, última modificação: 05/11/2025 08h21
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Anchieta criou o Moçada Que Agita para o público jovem | Foto: Reprodução/Facebook

por Emerson da Cunha*

Quem viveu a juventude nos anos 1980 e 1990 em João Pessoa provavelmente lembra da articulação entre comunicação, escolas e estudantes, em especial do Ensino Médio, que acontecia no projeto Moçada Que Agita — voltado para um público jovem de escolas privadas e cursinhos e um muito esperado correio elegante, em que jovens de diferentes escolas e séries poderiam se declarar. Idealizador desse veículo de comunicação — ainda sem igual no jornalismo paraibano —, Anchieta Maia faleceu na manhã de ontem, na capital paraibana, após cerca de cinco décadas dedicadas ao jornalismo. O velório aconteceu no cemitério Morada da Paz e o enterro, no Cemitério da Boa Sentença.

Anchieta Maia tinha 74 anos e estava internado em um hospital particular, sendo a causa da morte não divulgada pela família. Ele nasceu em João Pessoa, no dia 21 de novembro de 1952 e tinha três irmãos. Ele ainda foi colunista dos jornais O Norte e Correio de Paraíba. Deixa como legado a profícua relação com o público jovem, a expertise empreendedora e o bom humor.

A presidente da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), Naná Garcez, recorda que conheceu Anchieta no jornal A União, quando sua sede ainda era no Centro de João Pessoa. Ela reconheceu nele um forte espírito empreendedor do jornalismo na Paraíba. “Ele tinha grande circulação nas escolas e conseguiu realmente deixar um legado, porque era o empresário dele mesmo e conseguia sobreviver e fazer circular a informação. Ele tinha uma característica que era o bom humor, a agitação, uma pessoa sempre apressada, sempre indo a algum lugar, porque tinha alguma coisa para fazer, além de ser pessoa de bom convívio”, coloca Garcez.

O jornalista e empresário de comunicação Walter Santos conta que Anchieta começou como relações públicas de cursinhos na capital, condição que lhe trouxe a expertise e o diálogo com esse campo e com a qual criaria uma marca própria. “Foi uma provocação de natureza mercadológica e não existe nada nem antes nem depois de Anchieta Maia. É referência de um jovem pobre que venceu fazendo um veículo que foi um marco durante uma fase na capital”, expõe Santos.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 5 de novembro de 2025.