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Paraibano desaparece em viagem

publicado: 30/01/2025 09h31, última modificação: 30/01/2025 09h32
Jovem de 22 anos disse à família que viajaria para Tóquio, no Japão, mas teria sumido durante escala no Catar

por Marcelo Lima*

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Victor Daniel de Araújo Claudiano parou de se comunicar com a família na última sexta-feira | Foto: Arquivo pessoal

As ações estatais para encontrar o campinense Victor Daniel de Araújo Claudiano, de 22 anos, sem contato com seus familiares há cinco dias, só iniciaram, ontem, depois que a família conseguiu fornecer o número do passaporte às autoridades federais. O jovem supostamente fez uma viagem internacional e se comunicou com a família, pela última vez, na sexta-feira passada.

Segundo Júnior Claudiano, irmão do desaparecido, a família já havia procurado a Polícia Federal desde o início desta semana. No entanto, teve dificuldades no atendimento, por não ter o número do passaporte de Victor. “Depois da repercussão, a [Polícia] Federal deu a ordem para o meu pai ir na Casa da Cidadania pegar esse numeração do passaporte para tentar localizar ele”, contou Júnior.

Em nota à imprensa, a Polícia Federal manifestou-se sobre o caso: “seu pai foi até a delegacia da Polícia Federal e fez o registro da ocorrência do desaparecimento. Agora, com a ocorrência, a PF diligenciará e verá também a necessidade de acionar a Interpol para difusão amarela”. A difusão amarela serve para alertar as autoridades policiais internacionais sobre pessoas desaparecidas.

Claudiano também afirmou ter a mesma dificuldade com o Ministério das Relações Exteriores. Em nota enviada à equipe de reportagem de A União, o órgão limitou-se a dizer que “por meio da Embaixada do Brasil em Doha e da rede consular do Brasil no Japão, permanece à disposição dos familiares para prestar a assistência consular cabível”.

Com a numeração do passaporte em mãos e com a repercussão na imprensa, a família Claudiano espera ter alguma resposta sobre Victor. “Ele é o tipo de pessoa que gosta de postar as coisas, ligava sempre para minha mãe. Tem um apego com a minha mãe muito grande”, descreveu Júnior Claudiano.

Natural de Campina Grande, Victor Daniel morava há um ano no Rio de Janeiro e trabalhava como gerente de um bar. A família só soube da suposta viagem para o Japão na terça-feira (21). “Ele tem uma superstição de não contar nada que vai fazer com antecedência, porque pode dar errado”, destacou o irmão.

Conforme Júnior Claudiano, inicialmente, Victor o informou que iria para Tóquio em voo com partida de São Paulo e escala em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Na quarta-feira (22), o gerente de bar postou, em um perfil de mídias sociais, pela manhã, um vídeo comprando roupas no Rio de Janeiro. À tarde, ele já estaria na capital paulista. “Quando eu falei com ele, de tardizinha, ele já estava em São Paulo, indo para o hotel, e pegaria o voo na quinta-feira, em Guarulhos”.

Foi nesse momento da tarde que Victor informou a mudança da escala da suposta viagem ao irmão. “Ele disse: Júnior, meu voo mudou. Não vou mais de Guarulhos para Dubai; vou de Guarulhos para o Catar e do Catar para Tóquio”. O irmão não soube informar se a escala no Catar seria na capital Doha.

Nas conversas com a família, Victor falou que a viagem para a capital japonesa seria realizada graças a um amigo. Entretanto, ninguém da família ou do trabalho, inclusive uma irmã e um tio que também moram no Rio de Janeiro, conheciam essa pessoa. “Ele conheceu um amigo e esse amigo proporcionou essa viagem, para ir junto com ele, para ajudar no custo”, acrescentou o irmão de Victor.

Durante a suposta viagem, Victor teria enviado áudios e até foto de dentro de um avião. O último contato do campinense com a família foi por meio de mensagem enviada ao irmão. “Às 21h30, horário de Brasília, ele disse ‘já deu bom’ e botou uma mãozinha de ‘graças a Deus’”. Um pouco mais tarde, ele também se comunicou com um amigo de Campina Grande, dizendo que estaria sobrevoando o Oceano Pacífico.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 30 de janeiro de 2025.