Edival Pontes, o Netinho, que nasceu em João Pessoa, capital da Paraíba, garantiu ontem a primeira medalha do Brasil no taekwondo desde o Rio 2016. Nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, o brasileiro derrotou o espanhol Javier Pérez Polo na disputa pela medalha de bronze na categoria até 68 kg. Com o triunfo, por 2 rounds a 1, ele conquista o terceiro pódio do país na modalidade. Com isso, o Brasil chega a 16 medalhas garantidas na França.
Antes de Netinho, Natália Falavigna (até 67 kg) em Pequim 2008 e Maicon Siqueira (mais de 80 kg) no Rio 2016 colocaram o taekwondo no quadro de medalhas do Brasil. Ele chegou para a disputa do bronze após perder para Zaid Abdul Kareem, da Jordânia, e se garantiu na disputa pelo terceiro lugar após seu algoz se garantir na decisão da categoria. Na repescagem, eliminou Hakan Reçber, da Turquia — adversário que o tirou da disputa em Tóquio, em 2021.
“Foi muito difícil. Primeiramente, desde o começo, na Paraíba, sempre foi difícil o apoio ao esporte. O Nordeste tem muitos talentos, do boxe, na luta, mas não tem para uma coisa tão legal [taekwondo]. Graças a Deus eu estou em uma boa equipe, sempre representando João Pessoa, minha Paraíba. Não tenho palavras para dizer o quanto amo aquela terra”, afirmou Netinho, à TV Globo, após conquistar o bronze.
Esta é a segunda Olimpíada de Netinho, que já havia disputado os Jogos Olímpicos de Tóquio, sendo eliminado nas oitavas de final. No Pan-Americano, ganhou o ouro em 2019 (individual, até 68 kg) e 2023, por equipes. Natural da Paraíba, Netinho começou no esporte aos cinco anos, mas no futebol; dois anos depois, se apaixonou pelo taekwondo e pela arte marcial.
Netinho teve de lidar com uma batalha judicial poucos meses antes da disputa dos Jogos. Suspenso após um resultado adverso em exame de doping em novembro de 2023. A substância apontada no exame de doping não foi revelada, mas sua defesa no caso conseguiu diminuir a suspensão, e em janeiro ele já estava de volta. Quando conseguiu a classificação olímpica, em abril deste ano, destacou as provações que teve pelo caminho.
Esta é a segunda Olimpíada de Netinho, que já havia disputado os Jogos Olímpicos de Tóquio
Ana Patrícia e Duda vencem australianas
Ana Patrícia e Duda confirmaram o favoritismo e se classificaram para a decisão feminina do vôlei de praia nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Aos pés da Torre Eiffel, ontem, as brasileiras passaram apuros, mas conseguiram derrotar as australianas Mariafe Solar e Taliqua Clancy, por 2 sets a 1, com parciais de 20/22, 21/15 e 15/12.
Ana Patrícia e Duda fizeram até aqui uma campanha impecável nos Jogos Olímpicos. Após derrotarem duplas do Egito, da Espanha e da Itália na primeira fase, despacharam japonesas e letãs, além das australianas, nas etapas eliminatórias. Na final, as adversárias serão as canadenses Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson. A partida está agendada para hoje, às 17h30 (de Brasília). Mais cedo, às 16h, as australianas encaram as suíças Tanja Hüberli e Nina Betschart na disputa do bronze.
Nos primeiros pontos da partida, a dupla brasileira mostrou superioridade diante das australianas, que foram algozes da outra dupla do país, formada por Bárbara Seixas e Carol Solberg. No entanto, Duda e Ana Patrícia se mostraram um pouco dispersas com a vantagem, que chegou a ser de quatro pontos, e somaram erros de recepção que permitiram às jogadores da Austrália igualar o marcador.
Também faltou um pouco de reflexo das brasileiras para decidir como concluir as jogadas. Isso facilitou a vida das australianas no primeiro set, que fecharam o placar em 22 a 20.
No segundo set, a partida ficou mais parelha, em um ritmo semelhante ao da parte inicial. Ana Patrícia e Duda voltaram a flertar com uma vantagem boa no marcador, mas as australianas encontravam formas de se aproximar e deixar mais tensa a dupla brasileira, que era obrigada a ganhar o set para se manter sonhando com o ouro. Apesar dos problemas, Duda e Ana Patrícia fecharam o segundo set em 21 a 15 e levaram o jogo para o tie-break.
O set desempate foi repleto de emoções, com ralis disputados pelos dois lados com muito afinco. O jogo foi bastante equilibrado e de maior qualidade, com as duas duplas acumulando acertos e terminando o set com vitória brasileira por 15 a 12.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 09 de agosto de 2024.