A Polícia Civil indiciou, ontem, o cantor Gustavo Sagaiz e o empresário Flávio Brunet Pereira Ramalho pelo desabamento de parte da estrutura da casa de show UP Garden, no Altiplano, em João Pessoa. O acidente, que aconteceu no dia 28 de abril deste ano, deixou mais de 60 pessoas feridas e uma morta.
Segundo consta no processo judicial, Flávio Brunet Pereira Ramalho, dono do estabelecimento comercial, e Gustavo Sagaiz, que celebrava seu aniversário e se apresentava no momento da tragédia, responderão por vários crimes, incluindo lesão corporal seguida de morte. A pena total dos crimes pode chegar a 14 anos de prisão.
No dia do acidente, a casa de show estava em situação irregular e não tinha autorização para a realização de eventos
No dia do acidente, a casa de show estava em situação irregular e não tinha autorização para a realização de eventos, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Inclusive, já havia sido autuada em dezembro do ano passado por ter realizado um evento no local sem autorização. Além disso, foram identificadas várias infrações às normas de segurança contra incêndio e pânico, agravando ainda mais a situação.
Por isso, a defesa do cantor Gustavo Sagaiz responsabilizou a empresa dona do local e ressaltou que todas as normas públicas e contratuais foram seguidas. Já a Up Garden declarou, por meio de nota, que apenas locou o espaço e o responsável pela organização do evento foi o cantor.
O indiciamento faz parte do processo de investigação da Polícia Civil (PC). Ele acontece quando os investigadores consideram que houve culpa por parte dos suspeitos. Agora, o relatório será encaminhado para o Ministério Público da Paraíba (MPPB); caso acompanhe o parecer da PC, o MPPB seguirá com a denúncia à Justiça.
Relembre o acidente
O acidente aconteceu durante a apresentação de Gustavo Sagaiz, que organizou o evento para comemorar seu aniversário. Na ocasião, a estrutura de madeira e telha, que cobria o palco, desabou. Mais de 60 pessoas feridas chegaram a ser encaminhadas a cerca de quatro hospitais de João Pessoa (Hospital de Trauma, Ortotrauma de Mangabeira, Hospital da Unimed e Hospital Nossa Senhora das Neves). Porém, a Polícia Civil elaborou o documento do indiciamento com base no número de 46 feridos.
A maioria das pessoas feridas sofreu ferimentos leves e moderados, com casos de fraturas também. A situação mais grave foi a de Isabela Toscano Lira, de 42 anos, que morreu em decorrência de complicações do acidente. Ela chegou a receber alta hospitalar, mas voltou a passar mal na noite do dia 9 de maio, sendo levada pelo Samu ao Hospital de Trauma e Emergência de João Pessoa, onde faleceu no dia seguinte.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 16 de julho de 2024.