O Centro Universitário Unipê e a Secretaria de Proteção e Defesa do Consumidor de João Pessoa (Procon-JP) ainda não chegaram a um acordo sobre a cobrança de estacionamento pela instituição de ensino. Até ontem, porém, os estudantes ainda estavam conseguindo estacionar no campus sem pagar. A data havia sido anunciada como o dia de início da cobrança.
“Nós tivemos uma reunião com o Ministério Público da Paraíba na última quarta-feira (28), mas não chegamos a um consenso, a um acordo. Então nós estamos aguardando. O Unipê começando a cobrança do estacionamento, cada órgão de proteção e defesa do consumidor, estadual, municipal, até em conjunto, adotará as providências administrativas cabíveis, previstas em lei”, afirmou o secretário do Procon-JP, Rougger Guerra.
A reportagem de A União esteve ontem no Unipê e encontrou as cancelas do estacionamento abertas e, portanto, a circulação de veículos livre. Não foram permitidas, no entanto, fotos ou entrevistas no local.
No final do mês de janeiro, o Unipê anunciou que passaria a cobrar uma taxa dos alunos que estacionam no campus. Inicialmente alguns alunos divulgaram em suas redes sociais que o valor seria de R$ 200 mensais, mas depois a instituição fixou a cobrança em R$ 100. A notícia foi recebida com indignação pelos estudantes e também por órgãos de proteção ao consumidor e até mesmo por deputados estaduais.
Na última quarta-feira, os deputados da Assembleia Legislativa aprovaram por unanimidade o Projeto de Lei 1.666/2024, que garante gratuidade no estacionamento para estudantes matriculados em instituições privadas de ensino superior da Paraíba.
O entendimento do Procon-JP é de que a taxa só poderia ser cobrada de novos alunos, que assinariam seus contratos já cientes do valor do estacionamento. O Unipê, porém, pretendia cobrar de todos, mesmo os que assinaram seus contratos quando o estacionamento ainda era gratuito.
A reitora da instituição não dá entrevistas sobre o assunto e a orientação para a imprensa é buscar informações com a assessoria de comunicação da Cruzeiro do Sul Educacional, que só responde por e-mail. Até o fechamento desta edição, o e-mail enviado pela reportagem para obter mais informações sobre a dinâmica da cobrança, não foi respondido.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 02 de março de 2024.