Os professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) decretaram ontem greve por tempo indeterminado, começando na próxima segunda-feira (3). A decisão foi anunciada pela diretoria do Sindicato dos Professores da UFPB (Adufpb) após assembleia que aconteceu ontem, no final da tarde, no Campus I, em João Pessoa, tendo 147 votos favoráveis, 23 votos contrários e duas abstenções. Durante a manhã, foram realizadas assembleias também no Campus II, em Areias - onde a greve foi aprovada por unanimidade -, e no Campus III, em Bananeiras - tendo apenas dois votos favoráveis à greve e 15 contrários.
A decisão foi ocasionada pela insatisfação com a proposta de reajuste salarial oferecida pelo Governo Federal. Inicialmente, a assembleia para decidir a grave aconteceria logo após o fim do recesso acadêmico. Porém, a decisão foi antecipada e a greve começará antes do retorno das atividades acadêmicas, que estava previsto para o dia 5 de junho.
Em todos os campi, participaram das reuniões um total de 207 professores e professoras, sendo 172 em João Pessoa, 18 em Areia e 17 em Bananeiras. Além da greve, foi aprovada também a realização da primeira reunião do Comando Local de Greve, às 15h da próxima segunda-feira, na sede do sindicato, para traçar os encaminhamentos referentes à greve.
A UFPB tinha publicado no seu Instagram oficial, ontem, por volta do meio-dia, um comunicado informando que o acesso do Campus I, localizado no bairro Castelo Branco, em João Pessoa, encontra-se bloqueado. O acesso está sendo feito pela entrada do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA). “Nesta quarta-feira (ontem), o comando de greve dos servidores técnico-administrativos fechou os portões de acesso pelo Centro de Tecnologia (CT), Centro de Ciências da Saúde (CCS) e bairro do Castelo Branco”, pontuou o comunicado.
Negociações rejeitadas
A greve dos professores da UFPB já estava prevista para acontecer desde a semana passada, quando os docentes recusaram a proposta do governo na assembleia que aconteceu na quinta-feira (23). A oferta de reajuste era de 9% em 2025 e 3,5% em 2026, o que não agradou os docentes, que queriam o reajuste salarial para este ano.
As reivindicações são reajuste salarial de 22,71% (7,06% em 2024; 9% em janeiro de 2025; e 5,16% em maio de 2026), ajuste nos orçamentos das Ifes, garantias aos aposentados, planos para a carreira e revogação de medidas aprovadas no governo Bolsonaro, consideradas arbitrárias pela categoria.
Atualmente, aproximadamente 130 universidades e institutos federais brasileiros estão em greve. Porém os níveis de paralisação variam para cada faculdade. Na Paraíba, os professores e técnicos-administrativos do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) estão em greve desde o início de abril. Já na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), os servidores começaram a paralisação há pouco mais de dois meses.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 30 de maio de 2024.