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periferia viva na paraíba

Programa terá cerca de R$ 134 milhões para obras

publicado: 13/08/2025 08h10, última modificação: 13/08/2025 08h10

por Marcelo Lima*

Com investimentos de cerca de R$ 134 milhões, o programa federal Periferia Viva deve urbanizar e construir habitações populares nas comunidades pessoenses Aratu e Porto do Capim. O lançamento dos projetos ocorreu, ontem, pela Caravana das Periferias, conjunto de autoridades públicas federais. Hoje o grupo estará em Cabedelo e Santa Rita para iniciar ações semelhantes. As cidades de Bayeux e Conde também foram beneficiadas.

A lista do programa não inclui municípios do interior. Isso significa que, pelo menos, 49 favelas e comunidades paraibanas não foram contempladas pela política pública.

O secretário Nacional de Periferias, Guilherme Simões, justificou essa situação à equipe de reportagem de A União, no lançamento em Porto do Capim. “Temos um critério estabelecido nacionalmente. Precisamos ter cidades com favelas e comunidades urbanas, não é o caso de todas as cidades. Essa questão está concentrada em regiões metropolitanas em geral. A segunda questão é que o programa é uma seleção aberta. Os municípios ou governos estaduais é que enviam as propostas”.

De acordo com o Censo Demográfico de 2022, o município de Campina Grande possui o mesmo número de favelas que Bayeux: 23. Além disso, Sousa (10), Cajazeiras (oito), Patos (sete), Juripiranga (uma) também têm comunidades nessa condição. 

Porto do Capim

Com um projeto de urbanização participativo, Porto do Capim deve ter trapiches no Rio Sanhauá, mirantes, conjuntos habitacionais, quiosques, cozinha e horta comunitária, praças e a conservação das ruínas. Todo esse projeto deve ser desenvolvido com base no diálogo com a comunidade local.

“Não se faz cidade sem a colaboração da população periférica e tradicional. Então, estamos mostrando como se faz um projeto participativo e inclusivo”, disse Rossana Holanda, representante da comunidade. Em seu discurso, ela rememorou os 15 anos de batalha contra projetos municipais que previam a revitalização do espaço urbano histórico, mas propunham a remoção dos moradores.

Quem esteve ao lado da comunidade, nesse período, fez questão de marcar presença nesse ato inaugural. “Os exemplos de Recife e Salvador não derem certo. Tiraram a população e construíram projetos com subsídios públicos. Quando os subsídios acabam, acabam os projetos. A construção de um centro histórico se faz com quem vive nesse local. Essa é a grande lição que o Porto do Capim tem a dar a João Pessoa e ao Brasil”, declarou José Godoy, procurador da República.

Na cerimônia, no bairro Varadouro, as autoridades inauguraram o Posto Territorial do projeto de urbanização. O espaço é um container adaptado onde uma equipe técnica atenderá cidadãos para esclarecer dúvidas e receber sugestões da população em horário comercial. O projeto será executado pela Prefeitura de João Pessoa.

O prefeito da capital, Cícero Lucena, enviou o vice, Leo Bezerra, para representá-lo na solenidade. Outras autoridades municipais estiveram presentes.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 13 de agosto de 2025.