A Educação Patrimonial e sua relação com temáticas históricas e sociais serão levadas a 900 estudantes e 50 professores de cinco escolas de João Pessoa. A iniciativa é do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP) e foi aprovada por edital da Secretaria de Estado de Educação (SEE). O projeto, intitulado “O IHGP vai às escolas: uma proposta de educação patrimonial para as Escolas da Rede Estadual de Educação da Paraíba”, foi lançado na noite de ontem, no Centro de Estudos Jurídicos e Sociais (Cejus).
As instituições contempladas com o projeto são a ECT Luzia Simões Bartollini, a ECIT João Pereira Gomes Filho, a ECIT Professor Pedro Augusto Porto Caminha (EEPAC), o Liceu Paraibano e o Centro Profissional Deputado Antônio Cabral (CPDAC). A programação inclui, a partir de julho, a oferta de quatro cursos de formação para os docentes. As temáticas são: O racismo na História e na Literatura Brasileira; História Cultural e Gênero; Patrimônio Histórico; e João Pessoa: Evolução e síntese de uma cidade.
Já em agosto, os alunos das escolas poderão participar de três oficinas. As opções são: Fotografia como meio de preservação do patrimônio; Cultura afro-brasileira e Mulheres, imagens e narrativas: o uso do cinema e da literatura como fontes para o ensino de história.
A coordenadora do projeto e professora de História da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Janaína Camilo, ressalta que os conteúdos abordados demonstram a interdisciplinaridade da Educação Patrimonial. “Por meio do patrimônio, você desenvolve várias outras temáticas, como diversidade cultural, identidade cultural, cidadania, tolerância. A Educação Patrimonial não é exclusiva da História e, por isso, os docentes de todas as áreas do conhecimento podem participar do projeto”, afirma.
Além das oficinas e cursos de formação, o projeto prevê uma exposição itinerante sobre a história de João Pessoa, durante os meses de outubro e novembro. O presidente do IHGP, Jean Patrício, conta que essa é a primeira vez que a instituição desenvolve uma proposta de levar oficinas e cursos, além de parte de seu acervo, às escolas. “Antigamente, os alunos iam para o instituto fazer pesquisa. Mas agora, além das pesquisas, a gente tem que levar a educação patrimonial, discussão sobre racismo e pessoas LGBTQIA+, a história das mulheres”, explica.
Ainda segundo Jean Patrício, as temáticas são fruto de demandas da própria SEE e dos gestores das escolas contempladas.
Para a secretária-executiva de Gestão Pedagógica da SEE, Elizabete Araújo, o programa do IHGP destaca-se pelo olhar diferenciado, preocupado com o contexto de vida dos estudantes. “Esse tipo de iniciativa dá acesso aos nossos estudantes a verticalizar, mas também a horizontalizar a perspectiva de mundo e a ampliar os seus conhecimentos e suas competências das linguagens, da percepção da arte e da cultura. E, principalmente, é um projeto que olha para o locus do estudante, que vai se reconhecer no seu próprio lugar”, declara.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 23 de maio de 2024.