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Fomento da arte

Salão do Artesanato é aberto em João Pessoa

publicado: 15/01/2024 08h56, última modificação: 15/01/2024 08h56
Evento, que, este ano, homenageia os artefatos produzidos pelas comunidades quilombolas, vai até 4 de fevereiro
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Governador João Azevêdo com a primeira-dama, Ana Maria Lins, e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França - Foto: Edson Matos
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Foto: Edson Matos
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por Ítalo Arruda*

Com o show da cantora Sandra Belê, foi oficialmente aberta, ontem, a 37a edição do Salão do Artesanato Paraibano, que este ano homenageia os artefatos produzidos pelas comunidades quilombolas. Com o tema “Quilombo, Arte à Flor da Pele”, o evento acontece na orla de João Pessoa, em uma mega estrutura montada no estacionamento do Hotel Tambaú. Com entrada gratuita, o Salão acontecerá até o dia 4 de fevereiro.

Além do governador João Azevêdo e do ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, a cerimônia de abertura foi prestigiada por várias autoridades como a secretária do Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba, da gestora do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Marielza Rodriguez, e uma multidão de visitantes.

Durante coletiva, João Azevêdo destacou o crescimento do artesanato paraibano nos últimos anos e comentou sobre a expectativa para a nova temporada do Salão que, neste ano, homenageia a riqueza artesanal dos quilombolas. “Não tenho dúvidas que este será o maior Salão da história. Estamos em um local estratégico e aqui teremos uma movimentação, em termos de negócios gerados, acima de três milhões de reais. O artesanato, por mostrar nossa cultura, mostrar a nossa riqueza, tem que ser tratado como um segmento econômico que gera emprego, que gera renda e sustenta muitas famílias”, ressaltou o chefe do executivo estadual.

O ministro Márcio França não escondeu o encantamento com a grandiosidade do evento e pontuou o protagonismo da Paraíba no que diz respeito à valorização do artesanato e do crescimento do empreendedorismo nessa área. “Hoje, no Brasil, há mais gente trabalhando no artesanato do que em muitas outras áreas consideradas de prestígio. São mais de 400 mil famílias que dependem dessa atividade. A Paraíba tem se destacado ultimamente em todo o país pela qualidade do artesanato que produz e pela forma como trata os seus artesãos”, disse o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

Ao todo, são mais de cinco mil metros quadrados de área climatizada, com dezenas de estandes e expositores de artesãos vindos de todas as regiões do Estado. Além do artesanato quilombola, outras tipologias também serão comercializadas, entre elas a renda renascença, os brinquedos populares, a arte em cerâmica, a madeira e o metal, além da gastronomia regional, incluindo as cachaças produzidas nos engenhos paraibanos.

A expectativa, de acordo com a gestora do PAP, Marielza Rodriguez, é que mais de 150 mil pessoas passem pelo 37o Salão do Artesanato até o fim do evento. “Nós estamos localizados no epicentro do turismo da capital, que está lotada de visitantes e de turistas, e, por isso, estamos confiantes de que será bastante movimentado”.

Rosália Lucas, secretária do Turismo e do Desenvolvimento Econômico da Paraíba, comemorou a noite de abertura. Para ela, o momento demonstra o empenho do Governo do Estado em valorizar a cultura e os frutos do artesanato. “O espaço está muito lindo, ampliamos a estrutura para melhor receber os artesãos e os visitantes, com espaço para várias tipologias, mais espaço para degustação de comidas e bebidas, tudo isso para que o turista e para o paraibano que vierem por aqui possam ter uma excelente experiência” avaliou a secretária, acrescentando que também haverá apresentação artística durante todos os dias.

Para Bianca Quilombola, líder comunitária do Quilombo Cruz da Menina, no município de Dona Inês, mais do que uma vitrine, o Salão do Artesanato é um ambiente de troca de experiência e de intercâmbio cultural.

“Poder estar aqui hoje, na condição de homenageada, junto com as demais comunidades quilombolas é de uma alegria muito grande. Porque, além de nos sentirmos valorizados, nós ganhamos mais visibilidade não só para a nossa cultura e para o nosso trabalho no artesanato, mas também para a nossa ancestralidade. Não é só uma peça de artesanato, é uma história de luta e de resistência dentro dos quilombos”, declarou Bianca que há 28 anos se consagrou como artesã na comunidade onde vive com artefatos produzidos a partir do crochê, da argila e da chita.

EPC

A Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) também está participando do 37º Salão do Artesanato Paraibano. Além de um estúdio da Rádio Tabajara, do qual será transmitido, sempre às sextas-feiras, o programa especial “Tabajara no Salão”, a EPC conta com um estande da Livraria A União.

Com apresentação e produção de Elisa Marinho e Beth Menezes, o “Tabajara no Salão” vai apresentar as novidades desta edição, com circulação pelos estandes e entrevistas com expositores, visitantes, parceiros e organizadores, fazendo um mergulho no tema e destacando o artesanato quilombola como uma expressão da cultura, da ancestralidade e da identidade dessas comunidades, símbolo de resistência e de valor humanitário inestimável.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 13 de janeiro de 2024.