“Qual é o seu papel?”. Essa é a reflexão que o 39o Salão do Artesanato Paraibano, aberto, oficialmente, ontem à noite, pretende provocar em toda a sociedade sobre sua relação com a arte utilitária produzida no estado. Essa também é uma forma de chamar atenção e homenagear os artesãos que utilizam o papel como matéria-prima.
“Ao longo do tempo, essa técnica tão extraordinária vai se perdendo, porque novas pessoas não são estimuladas a produzir. A gente também quer incentivar outras pessoas a aprenderem essa técnica tão bela para fazer coisas como essas que estão sobre nossas cabeças [luminárias feitas de papel]”, justificou o governador João Azevêdo sobre a escolha da arte homenageada da vez.
O Salão acontece no estacionamento do antigo Hotel Tambaú, em João Pessoa, das 16h às 22h, até o dia 2 de fevereiro, com entrada solidária de um quilo de alimento não perecível (não obrigatório).
Representante dos sete homenageados dessa técnica, o artesão Dadá Venceslau agradeceu o destaque tempestivo. “É maravilhoso ser homenageado nesse momento que ainda estamos vivos”, exclamou durante a solenidade de abertura.
Ainda na cerimônia, o governador também entregou troféus a dois artesãos que se destacaram como casos de sucesso do programa Empreender PB: Ednaldo Ferreira, de Alagoa Grande, e Maria Betânia Silva, de João Pessoa. Em troca, ambos presentearam Azevêdo com exemplares de suas artes.
Esta edição do Salão conta com cerca de 500 expositores de diversas tipologias de artesanato, distribuídos em um espaço de seis mil metros quadrados climatizados. Segundo a gestora do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Marielza Rodriguez, a organização do evento espera a geração de mais de R$ 4 milhões em negócios. “Mas a gente não tem como mensurar a quantidade de encomendas que os artesãos receberão ao longo do ano, porque aqui são feitos contatos resultantes desse evento que é uma vitrine”, acrescentou.
Incentivos
Na ocasião, o governo também anunciou um conjunto de ações e decretos que incentivam o setor produtor de cachaça e artesanato. Com o valor total de R$ 800 mil, a linha de crédito Empreender Artesanato auxiliará 100 artesãos.
Por sua vez, o setor produtor de cachaça também terá uma linha de crédito para a compra de maquinário, ampliação de instalações e regularização fundiária. “Se produz, mas não se tem espaço para estoque. Então, estamos abrindo uma linha especial, que vai até R$ 150 mil, para que eles construam, a juros baixíssimos, o seu espaço para armazenamento”, informou o Azevêdo.
O Executivo estadual lançou, ainda, o edital Caminhos dos Engenhos para a ocupação e intervenção cultural. “Os engenhos da Paraíba contam a nossa história. Às vezes, a gente viaja por aí e vê uns que precisam de recuperação. E a gente quer que cada engenho seja recuperado. E da mesma forma que quem recupera um prédio no centro histórico tem 100% de isenção do ICMS [Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], quem for proprietário de engenho e recuperar sua sede vai ter 100% de crédito do ICMS”, afirmou o governador.
Papel da EPC
“O nosso papel é comunicar”, afirmou a diretora-presidente da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), Naná Garcez. Para cumprir esse objetivo com as diversas expressões artísticas do evento, a Rádio Tabajara 105.5 FM transmitirá um programa semanal, todas as sextas-feiras, até o fim do evento. O Tabajara no Salão vai ao ar às 17h. Além disso, o estande da EPC coloca à venda os títulos produzidos pela editora A União.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 11 de janeiro de 2025.