A greve dos servidores técnico-administrativos continua no Instituto Federal de Educação da Paraíba (IFPB) e nas universidades Federal da Paraíba (UFPB) e de Campina Grande (UFCG). O posicionamento das instituições segue o movimento liderado pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra). Em entrevista coletiva, realizada ontem, em Brasília, a Fasubra e outras entidades coordenadoras da paralisação afirmaram que não pretendem assinar o acordo anunciado e cobraram a continuidade das negociações.
Segundo comunicado do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba (Sintesp-PB), houve avanço na proposta apresentada pelo governo, mas ainda é insuficiente e não atende aos anseios da categoria, já que manteve o reajuste de 0% para 2024. “Sem reajuste para este ano, não tem como se negociar o fim da greve”, afirma o comunicado do sindicato.
De acordo com o comando de greve nacional, há espaço no orçamento para atender às demandas da categoria
Na próxima terça-feira (28), haverá uma nova assembleia para debater sobre o andamento da negociação e a construção de uma contraproposta para ser apresentada ao Governo Federal, bem como estratégias para fortalecimento da paralisação. Em greve desde o dia 11 de março, os servidores da UFPB e da UFCG cobram reajuste salarial para 2024 e melhorias no Plano de Cargos e Carreiras.
Já os técnicos-administrativos e docentes do IFPB, que fizeram assembleia hoje, iniciaram o movimento de greve no dia 3 de abril. Juntos, reivindicam o reajuste de 34,32% (técnicos) e 22,71% (docentes), revogação de algumas normas consideradas arbitrárias, reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes, recomposição do orçamento e concurso imediato para técnicos e professores, além da reestruturação de carreiras. “Por unanimidade, o IFPB rejeita as propostas do governo e aprova a continuidade da greve. A Paraíba segue com força total e cobrando que o governo negocie de forma justa e decente com técnicos e docentes”, informou, em um comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores em Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Sintef-PB). De acordo com o comando de greve nacional, há espaço no orçamento para atender às demandas da categoria, a partir do desbloqueio de R$ 2,9 bilhões no relatório orçamentário, informado pelo governo na última quarta-feira (22). Para os líderes do movimento, o recurso deve ser voltado para recompor as perdas salariais dos últimos anos.
Indicativo de greve
Na última quinta-feira (23), durante assembleia geral on-line, os professores da UFPB e da UFCG também rejeitaram a proposta do Governo Federal. Na próxima quarta-feira (29), haverá uma nova assembleia para decidir pela greve, caso as negociações não avancem.
A oferta de reajuste é 0% em 2024, 9% em 2025 e 3,5% em 2026, muito abaixo do esperado pela categoria, que reivindica reajuste salarial de 22,71% (7,06% em 2024; 9% em janeiro de 2025; e 5,16% em maio de 2026), ajuste nos orçamentos das Ifes, garantias aos aposentados, planos para a carreira e revogação de medidas aprovadas no governo Bolsonaro, consideradas arbitrárias.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 25 de maio de 2024.