Acolher, proteger, promover e integrar pessoas em situação de migração e refúgio são os objetivos da Casa do Migrante na Paraíba, equipamento que integra o Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste (SPM-NE). Localizada no município de Conde, a casa funciona desde 2018, ininterruptamente. Nesse período, já atendeu cerca de 800 migrantes — atualmente, acolhe por volta de 30 pessoas no local.
A Casa do Migrante foi criada para melhorar a qualidade de vida de refugiados e migrantes, em especial, os venezuelanos, que chegaram por meio da estratégia de interiorização do Governo Federal — ação que visa ajudar esse grupo a se integrar à sociedade brasileira, proporcionando-lhe oportunidades de emprego e a possibilidade de se mudar para outras regiões do Brasil. Mantido com o apoio da Arquidiocese da Paraíba e de outras entidades, o projeto também precisa de doações, tanto para a sua manutenção quanto para a ampliação dos serviços que oferece.
“A casa funciona como um abrigo, embora também ofereça outros serviços”, disse a coordenadora estadual do espaço, Auricélia Rossana Freitas, em entrevista ao Jornal Estadual da Rádio Tabajara FM. Segundo ela, a missão do SPM passa pelo acolhimento e pelo fortalecimento de vínculos individuais e comunitários. “Nós acompanhamos famílias que não passaram por aqui, mas que, de certa forma, têm o suporte da Pastoral do Migrante e da Casa do Migrante. São pessoas que vêm ou por demanda espontânea ou por meio de outras instituições da Paraíba. Quando chegam, descobrem que existe esse local e acabam nos procurando, em busca de ajuda”, explicou.
O projeto oferece diversos serviços, com o intuito de trazer dignidade aos acolhidos, que geralmente estão em situação de grande vulnerabilidade social. O trabalho engloba alimentação, orientação para a retirada de documentos, inserção de crianças na escola, aulas de português para os adultos e preparação para o mercado de trabalho, entre outras ações. “Também realizamos atividades sobre vários temas fundamentais para a permanência de uma pessoa migrante no Brasil. Por exemplo, entender a legislação trabalhista”, destacou.
A média de permanência no local é de cerca de três meses — a ideia, segundo Auricélia, é que o migrante receba apoio e orientação para se estruturar e construir nova vida no Brasil. Mas, mesmo depois desse primeiro acolhimento, a casa segue auxiliando migrantes já residentes nas cidades de Conde, João Pessoa e região. E, por isso, a necessidade de doações e da participação da população para melhorar as instalações e os serviços do lugar. “A gente sempre incentiva a comunidade a colaborar com doação de roupas, calçados, alimentação, produtos de higiene pessoal e de limpeza e material escolar para as crianças”, ressaltou.
Como ajudar
Quem quiser conhecer melhor os serviços desenvolvidos no local, o SPM-NE possui uma página na internet (spmnordeste.blogspot.com), na qual é possível encontrar mais informações sobre a pastoral. Mas o meio mais rápido para contatar o pessoal da casa, de acordo com Auricélia, é o WhatsApp, pelo número (83) 99996-1182. “Por esse canal, temos pessoas que conseguem dar um retorno ágil. Se a pessoa quiser, também pode vir conhecer de perto, pois sempre abrimos as portas para que a comunidade conheça o projeto”, acrescentou. A Casa do Migrante fica localizada na Rua dos Tabajaras, s/n – Loteamento Village Jacumã, Conde.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 29 de agosto de 2024.