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Acidentes com caravelas aumentam no verão

publicado: 04/01/2022 08h48, última modificação: 04/01/2022 08h48
Caravelas_F. Evandro Pereira (3).JPG

por Sara Gomes*

As caravelas são animais marinhos que chamam atenção por sua beleza e tons translúcidos coloridos, mas apresentam perigo aos banhistas, sobretudo às crianças. Por se reproduzirem no verão, é comum acidentes as envolvendo caravelas (águas vivas) nessa época do ano. Especialistas orientam como proceder em caso de queimadura, e em casos mais graves, a vítima deve se dirigir ao Hospital de Trauma de João Pessoa.

Apesar do verão ser a estação com maior número de acidentes com caravelas, a dermatologista Adriana Braz explica que a maioria dos casos são queimaduras leves e com boa resposta aos primeiros socorros feitos no local do acidente. “São poucos os casos que chegam com queimaduras mais graves no consultório dermatológico”, avaliou.

A maioria dos sintomas são queimaduras avermelhadas, dor intensa e sensação de queimação, podendo chegar a formar até bolhas, porém podem acontecer sintomas sistêmicos como náuseas, vômitos e dor de cabeça. Os sintomas mais graves são hipotensão, arritmia cardíaca, insuficiência respiratória e morte.

Além disso, Adriana Braz ressalta a importância de nunca lavar a região afetada com água doce nem tentar retirar os tentáculos com as mãos. “A água doce aumenta a liberação de toxina. O ideal é lavar o local com água salgada, de preferência gelada e, em seguida, colocar vinagre para neutralizar as toxinas. Além disso, não coloque pomadas, urina, nem friccione o local. Se for necessário retirar fragmentos do tentáculo, utilize luvas ou uma pinça para retirá-los”, orientou.

Mesmo apresentando sintomas sistêmicos leves, recomenda que o acidentado se dirija ao Hospital de Emergência e Trauma para ser monitorado.“ Mesmo com sintomas sistêmicos leves, o ideal é ir ao hospital de referência pois estes podem evoluir”, orientou.

De acordo com a dermatologista Aline Marcassi, a reação à liberação da toxina da caravela pode levar à morte, mas depende de muitos fatores. “Depende da extensão das lesões, se atingiu muitas partes do corpo, depende da resposta individual de cada indivíduo, se a vítima foi uma criança muito pequena, mas isso geralmente é raro”, elucidou.

Em caso de reações graves na pele, ela recomenda procurar um dermatologista para tratamento. “Depois que cicatrizar, pode ficar com manchas no local. As manchas costumam melhorar com o tempo, podendo levar meses”, explicou.

Os pais devem orientar seus filhos quando forem à praia, explicando que apesar de ser bonita a caravela provoca queimaduras. “Os pais devem explicar aos filhos que a caravela é perigosa. As cores são naturalmente atrativas, mas as crianças não devem tocá-la mesmo quando estão aparentemente mortas”, complementou Aline Marcassi.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 04 de janeiro de 2021